Argentina eleva juro para 133% às vésperas de eleição para combater inflação

BC do país vizinho surpreende mercado com o sexto aumento da taxa neste ano, em mais um esforço para conter a hiperinflação, que atinge 138% na comparação anual

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Bloomberg — O banco central da Argentina aumentou abruptamente sua taxa de juros de referência nesta quinta-feira (12) pela sexta vez no ano, em novo esforço para conter a inflação acima de 100% ao ano e a pouco mais de uma semana das eleições presidenciais no próximo dia 22.

A autoridade monetária aumentou sua taxa de juros de referência em 15 pontos percentuais, para 133%, de acordo com um comunicado.

A medida foi tomada depois que os dados de inflação de setembro publicados nesta quinta-feira (12) mostraram que os preços aumentaram em 138,3% em relação ao mesmo mês do ano passado, o maior avanço desde o início dos anos 1990, quando a Argentina estava saindo da hiperinflação. Isso também acontece depois que as autoridades aumentaram a taxa em 21 pontos percentuais em agosto.

Apesar de ter uma das mais altas taxas de juros do mundo, a inflação continua descontrolada em um país que em grande parte carece de crédito, enquanto a ansiedade antes das eleições abala os mercados e a sociedade.

O candidato Javier Milei, favorito para chegar à presidência, incentivou os argentinos no início desta semana a parar de poupar em pesos enquanto promete dolarizar a economia, substituindo o peso pela moeda americana. Seus comentários geraram críticas de investidores, bancos e políticos, que o acusaram de exacerbar a onda de vendas.

O peso argentino sofreu grandes perdas nas últimas semanas. A taxa de câmbio do mercado negro enfraqueceu cerca de 20% desde o início de outubro, atingindo na terça-feira um mínimo histórico de 1.040 pesos por dólar. O Ministro da Economia e candidato presidencial do partido no poder, Sergio Massa, congelou a taxa de câmbio oficial em 350 até as eleições.

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