Argentina adota câmbio com flutuação administrada e abre caminho para flexibilização

Banco central do país anunciou que permitirá que o peso argentino seja negociado dentro de uma faixa de 1.000 a 1.400 pesos; governo de Milei busca acordo com o FMI

Dólar é usado corriqueiramente na Argentina
Por Kevin Simauchi - Manuela Tobías
11 de Abril, 2025 | 06:46 PM

Bloomberg — A Argentina eliminou a desvalorização controlada da moeda e preparou o terreno para um regime cambial mais flexível, enquanto o presidente Javier Milei parece estar prestes a garantir um programa de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O banco central do país anunciou na noite de sexta-feira (11) que permitirá que o peso argentino seja negociado dentro de uma faixa de 1.000 pesos a 1.400 pesos por dólar, no que é chamado de flutuação suja ou administrada, o que exigiria que o banco central vendesse dólares das reservas para manter o peso negociando dentro de uma faixa específica.

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A medida, anunciada em um comunicado no site do banco central, foi divulgada horas antes de o FMI anunciar um novo acordo com o país.

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As autoridades haviam controlado a taxa de desvalorização do peso, permitindo que ele se enfraquecesse a uma taxa de 1% por mês, significativamente menor que a inflação.

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Muitos têm chamado o regime de insustentável, alertando que ele tornava as empresas argentinas menos competitivas no comércio internacional e aumentava os custos para turistas.

Nos mercados paralelos que os habitantes locais usam para contornar os controles cambiais, o peso foi negociado pela última vez a 1.341 por dólar, de acordo com dados de preços compilados pela Bloomberg.

Gestores de fundos e economistas também alertaram que manter a desvalorização da moeda abaixo do ritmo da inflação mensal impedia o banco central de acumular as reservas estrangeiras de que as autoridades precisam para eliminar os controles cambiais e fazer pagamentos a detentores de títulos internacionais.

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