Bloomberg — A Argentina eliminou a desvalorização controlada da moeda e preparou o terreno para um regime cambial mais flexível, enquanto o presidente Javier Milei parece estar prestes a garantir um programa de US$ 20 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O banco central do país anunciou na noite de sexta-feira (11) que permitirá que o peso argentino seja negociado dentro de uma faixa de 1.000 pesos a 1.400 pesos por dólar, no que é chamado de flutuação suja ou administrada, o que exigiria que o banco central vendesse dólares das reservas para manter o peso negociando dentro de uma faixa específica.
A medida, anunciada em um comunicado no site do banco central, foi divulgada horas antes de o FMI anunciar um novo acordo com o país.
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As autoridades haviam controlado a taxa de desvalorização do peso, permitindo que ele se enfraquecesse a uma taxa de 1% por mês, significativamente menor que a inflação.
Muitos têm chamado o regime de insustentável, alertando que ele tornava as empresas argentinas menos competitivas no comércio internacional e aumentava os custos para turistas.
Nos mercados paralelos que os habitantes locais usam para contornar os controles cambiais, o peso foi negociado pela última vez a 1.341 por dólar, de acordo com dados de preços compilados pela Bloomberg.
Gestores de fundos e economistas também alertaram que manter a desvalorização da moeda abaixo do ritmo da inflação mensal impedia o banco central de acumular as reservas estrangeiras de que as autoridades precisam para eliminar os controles cambiais e fazer pagamentos a detentores de títulos internacionais.
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