Argentina acerta ajuda de US$ 7,5 bilhões do FMI antes de eleição em outubro

Revisão de acordo, no entanto, não chega a tempo das primárias em agosto nem de um vencimento de US$ 2,6 bi com o próprio Fundo

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Bloomberg — O Fundo Monetário Internacional (FMI) concederá à Argentina até US$ 10,8 bilhões em empréstimos até o final do ano, como parte de um acordo de refinanciamento muito aguardado, crucial para o país sem dinheiro enfrentar um período turbulento antes das eleições presidenciais.

O primeiro pagamento de US$ 7,5 bilhões será feito em agosto, depois de aprovado pela diretoria executiva do FMI na segunda quinzena do mês, informou o Fundo sexta-feira (28) em comunicado, confirmando que sua equipe chegou a um acordo com o governo do presidente Alberto Fernández, que não concorrerá à reeleição.

Isso significa que o dinheiro não estará disponível antes de uma importante eleição primária na Argentina em 13 de agosto nem a tempo de o governo pagar US$ 2,6 bilhões que deve ao FMI por um empréstimo anterior. Mas estará disponível antes da eleição decisiva em outubro.

Buenos Aires está trabalhando em soluções temporárias para isso, inclusive solicitando um empréstimo-ponte de US$ 1 bilhão de um banco de desenvolvimento com sede em Caracas.

“É uma notícia muito boa”, disse o ministro da Economia, Sergio Massa, que está negociando com o FMI e concorrerá à presidência nas eleições de outubro, em entrevista à TV. “Isso nos permite atravessar este segundo semestre obviamente marcado pela eleição, que, por vezes, gera reflexões ou dúvidas, com muito mais tranquilidade.”

A próxima revisão do acordo está prevista para novembro, acrescentou o FMI no comunicado. Embora não tenha dito quanto dinheiro liberaria, duas pessoas familiarizadas com o assunto disseram que os desembolsos combinados para agosto e novembro ficariam entre US$ 9,4 bilhões e US$ 10,8 bilhões.

Os títulos da Argentina com vencimento em 2030 subiram até 0,6 centavos, para cerca de 35 centavos de dólar, às 11h13 no horário local. A taxa de câmbio paralela do país, conhecida localmente como blue chip swap, abriu 0,9% mais fraca, em torno de 562 pesos por dólar. A taxa de câmbio oficial da Argentina foi um pouco alterada em 274 pesos por dólar

Entre as condições impostas pelo Fundo para o acordo estão a necessidade de o governo acumular pelo menos US$ 1 bilhão em reservas internacionais até o final do ano e não se financiar diretamente do déficit primário da Argentina, o que exclui o pagamento de juros. Também limita a capacidade do banco central de intervir no mercado de câmbio em momentos de “condições desordenadas”.

- Com a colaboração de Scott Squires e Manuela Tobias.

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