Hartnett, do BofA, diz que novas altas no S&P 500 são oportunidades de venda

Investidores devem adotar postura mais defensiva até que o Fed corte os juros com força e que EUA e China reduzam a escalada da guerra comercial, segundo estrategista do banco de Wall Street

Michael Hartnett, do Bank of America, é um dos estrategistas mais escutados por investidores em Wall Street
Por Sagarika Jaisinghani
11 de Abril, 2025 | 08:14 AM

Bloomberg — Os investidores devem vender qualquer alta no índice S&P 500 até que o Federal Reserve intervenha e os Estados Unidos e a China diminuam a escalada da guerra comercial global, de acordo com Michael Hartnett, estrategista do Bank of America e um dos mais respeitados de Wall Street.

O estrategista disse que as tarifas do presidente Donald Trump e a turbulência resultante no mercado estavam transformando o excepcionalismo dos EUA em “repúdio aos EUA”.

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Ele recomendou uma posição vendida em ações - até que o S&P 500 atinja 4.800 pontos - e uma aposta comprada em títulos do Tesouro de dois anos. O índice fechou aos 5.268 pontos na quinta (10).

Os rendimentos mais altos dos títulos, a queda das ações e um dólar mais fraco estão "impulsionando a liquidação de ativos globais e provavelmente forçarão os formuladores de políticas a agir", escreveu Hartnett em uma nota. Mas os investidores devem "vender as altas nos ativos de risco".

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O S&P 500 caiu mais de 10% neste ano, uma vez que a imprevisível política tarifária de Trump prejudicou o sentimento global.

Na semana passada, o anúncio do presidente sobre a imposição de taxas recíprocas abrangentes destruiu o valor de ações em todo o mundo e alimentou as preocupações com uma recessão.

Nesta semana, em nova reviravolta, Trump disse que estava suspendendo as tarifas sobre países que não retaliaram por 90 dias, embora tenha aumentado as taxas sobre a China para 145% depois que a segunda maior economia do mundo disse que aplicaria taxas equivalentes.

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Na sexta-feira, a China disse que aumentará as tarifas sobre os produtos americanos para 125%.

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O S&P 500 teve a maior alta desde 2008 na quarta (9) depois que as tarifas foram suspensas, mas voltou a cair na quinta-feira, em um sinal de baixa convicção na recuperação.

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Hartnett disse que ficaria vendido até que o Fed cortasse as taxas de juros “com força” para interromper o ciclo de liquidação e até que os EUA e a China interrompessem a guerra comercial.

Ele recomendou a compra do S&P 500 em torno de 4.800 pontos - um declínio de mais 9% em relação ao fechamento de quinta-feira - “se o pânico político tornar a recessão curta/rasa”.

Mas ele disse que muitos investidores demonstraram uma "tremenda resistência" a essa visão, já que esperam que uma queda nas estimativas de lucros leve o índice para 4.000 pontos.

-- Com a colaboração de Michael Msika.

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