Este fundo macro global vê espaço para corte de 1 ponto pelo Copom em agosto

Fundo hedge da Kirkoswald Asset, de Greg Coffey, que teve retorno de dois dígitos nos últimos quatro anos, diz que corte mais agressivo estaria ‘totalmente justificado’

Greg Coffey, da Kirkoswald Asset Management: hedge fund teve retorno de dois dígitos nos últimos quatro anos (Foto: Ian MacNicol/Getty Images)
Por Vinícius Andrade e Nishant Kumar
17 de Julho, 2023 | 07:59 PM

Bloomberg — O operador Greg Coffey aposta que há espaço para o Brasil embarcar em um ciclo de flexibilização monetária muito mais agressivo no próximo Copom.

Coffey, cujo hedge fund macro Kirkoswald Asset Management registrou retornos de dois dígitos nos últimos quatro anos, disse que o Banco Central estaria “totalmente justificado” se cortasse a Selic em um ponto percentual na reunião de agosto, de acordo com um trecho de carta aos investidores vista pela Bloomberg News.

A “economia subjacente do país, a melhora fiscal estrutural e, mais importante, a dinâmica da inflação, exigem muito mais do que” a redução de pouco mais de 0,25 ponto percentual que o mercado precifica, escreveu Kirkoswald na carta enviada aos investidores na sexta-feira (14).

Coffey ganhou destaque como um dos operadores de melhor desempenho e mais bem pagos da GLG Partners, em que já administrou US$ 7 bilhões. Ele voltou a negociar em 2018 e lançou a Kirkoswald, que no ano passado teve um retorno de 19,4%.

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O fundo não comentou a carta.

A visão da Kirkoswald para o Brasil vem depois da ata mais recente da reunião do Copom, em que os diretores liderados por Roberto Campos Neto disseram que o comitê viu a possibilidade de “iniciar um processo parcimonioso de inflexão” nas taxas de juros - que atualmente estão no nível mais alto em seis anos, em 13,75% ao ano.

“Roberto liderou o ciclo de alta quando o Fed gritou transitório e, sem dúvida, será o portador da tocha para os banqueiros centrais em todo o mundo se tornarem agressivos no ciclo de cortes em agosto”, disse o fundo.

Os contratos de juros futuros precificam que a taxa Selic cairá cerca de 34 pontos base em agosto, enquanto as opções digitais negociadas na B3 também mostram operadores mais confiantes de que o banco central escolherá a opção mais cautelosa e iniciará seu ciclo com um redução de 0,25 ponto percentual.

Os dados de inflação têm surpreendido para baixo e a perspectiva da nota de crédito do Brasil foi revisada de “neutra” para “positiva” pela S&P Global Ratings em junho, diante do encaminhamento de um novo arcabouço fiscal no Congresso. Nos últimos dias, as vendas no varejo e a atividade econômica medida pelo IBC-Br do Banco Central vieram bem abaixo das expectativas do mercado.

- Com a colaboração de Davison Santana.

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