‘Como falar Faria Limês’: day trading ainda é porta de entrada para o mercado?

No novo episódio do videocast da Bloomberg Línea, Zé Rico, analista da Rico, e Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos, contam sobre desafios e riscos da estratégia

Day trading exige conhecimento do investidor que decide operar dessa forma, segundo especialistas (Foto: Shevtsovy/Shutterstock)
04 de Maio, 2024 | 03:17 PM

Bloomberg Línea — Uma das portas de entrada para quem começa a operar no mercado financeiro, o day trading é uma estratégia que ganhou popularidade principalmente nos primeiros anos da pandemia, em que muitos brasileiros, confinados em casa, assumiram o risco de tentar operar os próprios investimentos.

Zé Rico, analista da Rico, a apresentadora Ana Carolina Siedschlag e Bruna Sene, analista da Nova Futura Investimentos

Hoje, há pouco mais de 6 milhões de contas de pessoas que investem em ações no Brasil, dos quais um milhão operou por meio de day trade em 2023, segundo dados da B3, a bolsa brasileira.

Mas, apesar da fama por meio de influenciadores que prometiam grandes fortunas rapidamente, essa forma de negociação exige um conhecimento profundo do mercado, de análise técnica e habilidades de tomada de decisão rápida, além de disciplina emocional para lidar com as grandes oscilações diárias.

Esse foi o tema do novo episódio do videocast “Como falar Faria Limês?”, nova série da Bloomberg Línea.

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“Imagine que o day trading é um carro de Fórmula 1. Você tem que saber pilotar, e tem gente que não vai nem saber ligar o carro. Parece a porta de entrada, mas, na verdade, é uma das estratégias mais sofisticadas de investimento que existe”, disse Zé Rico, analista da Rico, que começou a operar por curiosidade, influenciado pelo irmão.

Leia mais: ‘Como falar Faria Limês’: quem são as mulheres que trabalham no mercado financeiro

“Eu era promotor de Justiça. Vinha de uma carreira estável e fiquei espantado quando o meu irmão contou que passava o dia fazendo day trade. Fui me interessando e, quando o ‘bichinho do mercado te pica,disse não tem volta”, conta.

Segundo ele, que largou a promotoria depois de alguns anos para se dedicar ao day trading, a rotina exige atenção às movimentações do mercado e também análise constante das próprias operações para fisgar possíveis comportamentos repetitivos ou decisões tomadas por impulso.

“É interessante porque não existe uma formação específica para o day trader. O que exige é disciplina e estudo para conhecer o mercado”, disse Bruna Sene, analista na Nova Futura Investimentos, que também veio de outra carreira antes de começar a operar no mercado.

Formada em Pedagogia, ela trocou as salas de aula pelo day trading depois de ajudar um amigo em um trabalho da faculdade sobre a bolsa de valores.

Sene é especialista em análise técnica, que é uma das ferramentas usadas nas operações. Os day traders geralmente utilizam gráficos de análise técnica, indicadores de mercado e ferramentas de análise de fluxo de ordens para identificar padrões e tendências que possam indicar oportunidades de compra ou venda.

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Também chamada de análise gráfica, essa estratégia envolve a análise da movimentação de ativos, que podem ser ações, contratos futuros, moeda, entre outros. Analistas gráficos conseguem identificar certas repetições históricas que indiquem os próximos movimentos de mercado.

Traders podem abrir e fechar várias posições ao longo do dia, aproveitando movimentos de preços mínimos para obter lucro. No entanto essa abordagem também pode aumentar o risco de perdas, especialmente se o trader não tiver uma estratégia sólida de gerenciamento de riscos.

“O mercado é pai e mãe. Ele vai te ensinar, não importa quem você seja. Claro que sempre buscamos o positivo, mas vai haver dias em que você não vai conseguir tirar dinheiro do mercado. Tem que ter um limite”, disse Sene.

Como Falar Faria Limês

A conversa com Zé Rico e Bruna Sene faz parte do videocast “Como Falar Faria Limês”, nova série da Bloomberg Línea que é gravada nos estúdios da B3, em São Paulo. A série com oito episódios tem como convidados profissionais de diferentes áreas para mergulhar no coração do mundo financeiro e corporativo brasileiro de forma divertida, acessível e esclarecedora.

Os debates abordam desde conceitos fundamentais de negócios até questões sociais e culturais, incluindo a presença de mulheres na Faria Lima e o espaço da comunidade LGBTQIA+. O quinto episódio, sobre carreira e salários, está disponível no YouTube e no Spotify.

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