As ações preferidas dos analistas para outubro, segundo 13 bancos e corretoras

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Bloomberg Línea — Investidores começam o quarto trimestre com maior cautela, diante das preocupações com o cenário externo e com a situação fiscal do Brasil. Pesam sobre o sentimento doméstico um aumento nos impostos corporativos, bem como os riscos de o governo não atingir sua meta de resultado primário.

Dessa forma, analistas e estrategistas do mercado financeiro têm optado por um portfólio mais defensivo, realizando mudanças em suas carteiras para reduzir a exposição ao risco. É o que mostra levantamento feito pela Bloomberg Línea com as carteiras de 13 bancos e corretoras.

Para outubro, blue chips como Vale (VALE3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Petrobras (PETR4) seguem na preferência dos analistas, embora um processo de desaceleração da economia da China continue a pressionar negativamente os preços de commodities, como o minério de ferro.

O destaque é a concessionária de energia Equatorial (EQTL3), que estava fora desde junho e volta a compor a seleção compilada neste mês. Segundo o BTG Pactual, as ações da companhia são negociadas a uma Taxa Interna de Retorno (TIR) real de 10,1%, ao mesmo tempo que oferecem proteção e diversificação.

Com quatro recomendações dentre as corretoras e os bancos consultados, o papel voltou a compor os portfólios da XP e do BTG, enquanto teve aumento de participação na carteira da Santander Corretora.

Outros nomes que passam a fazer parte da seleção recomendada para outubro são São Martinho (SMTO3), WEG (WEGE3) e Sabesp (SBSP3). Saem da carteira compilada as ações de Rede D’Or (RDOR3), Ecorodovias (ECOR3), Simpar (SIMH3) e Vivara (VIVA3).

Revisões para o Ibovespa

Em setembro, as ações brasileiras tiveram um desempenho levemente positivo em reais, com ganhos de 0,7% do Ibovespa (IBOV). O índice, contudo, caiu junto com os índices globais em dólares, com baixa de 0,7%. No acumulado do ano, o índice soma ganhos de 4,85% até o fechamento de segunda-feira (2).

Além de uma perspectiva macro global mais negativa, o debate doméstico em torno da política fiscal continua sendo um tema-chave. Dada essa visão mais cautelosa para a bolsa brasileira, a XP revisou para baixo a sua projeção para o Ibovespa no fim do ano, de 133 mil para 128 mil pontos devido às taxas de longo prazo mais altas.

“Embora a não aprovação das medidas fiscais possa remover uma grande incerteza para as empresas, poderíamos ver um efeito mais negativo no câmbio e nas taxas de juros, o que deve pressionar negativamente as ações”, disse a XP em relatório.

Já o BB Investimentos manteve o preço-alvo para o Ibovespa em 127 mil pontos, mas afirmou em relatório que planeja revisá-lo no próximo mês.

A carteira compilada pela Bloomberg Línea reúne as recomendações de 13 corretoras ou bancos de investimento: Ágora Investimentos, Ativa Investimentos, BB Investimentos, BTG Pactual, CM Capital, Empiricus Research, Genial Investimentos, Guide Investimentos, Nova Futura Investimentos, Órama Investimentos, RB Investimentos, Santander Corretora e XP Investimentos e é composta por dez ações (ou mais em caso de empate, como é o caso deste mês).