Bloomberg — A riqueza privada global caiu no ano passado pela primeira vez desde a crise financeira de 2008, quando a inflação e a valorização do dólar apagaram cerca US$ 11,3 trilhões dos patrimônios.
O patrimônio líquido em todo o mundo encolheu 2,4%, para um total de US$ 454,4 trilhões, de acordo com o relatório anual do Credit Suisse sobre riqueza global publicado nesta terça-feira (15).
A maior parte do declínio foi sentida nos lares norte-americanos e europeus, que juntos perderam US$ 10,9 trilhões.
Nem todas as regiões sofreram uma redução. Apesar do impacto das sanções, a Rússia registrou um grande aumento da riqueza privada durante o ano passado, segundo o relatório.
A América Latina teve um aumento de riqueza de US$ 2,4 trilhões, impulsionado por uma valorização média de 6% das moedas locais em relação ao dólar, de acordo com o relatório. A pesquisa cobriu os ativos estimados de 5,4 bilhões de adultos em todo o mundo, em todos os níveis de patrimônio.
“A evolução da riqueza se mostrou resistente durante a era da covid-19 e cresceu em um ritmo recorde durante 2021. Mas a inflação, o aumento das taxas de juros e a depreciação monetária causaram uma reversão em 2022,” disse Nannette Hechler-Fayd’herbe, chefe global de economia e pesquisa do Credit Suisse, que foi adquirido pelo UBS no início deste ano.
A macroeconomia também reduziu o número de milionários em 3,5 milhões, para cerca de 59,4 milhões de pessoas, e a participação do 1% mais rico do mundo no patrimônio privado total caiu para 44,5%.
Mas os especialistas do estudo preveem que 2022 pode ser apenas um ponto fora da curva na projeção geral de crescimento da riqueza. Globalmente, a riqueza deve aumentar em US$ 629 trilhões até 2027, um salto de 38%.
O número de milionários pode chegar a 86 milhões em 2027, de cerca de 60 milhões em 2022.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também:
A estratégia da família Randon para reposicionar o grupo de olho na sucessão
Succession em Wall St: CEO do Morgan Stanley quer desafiar ‘maldição’ do mercado