Quais são as cidades com o maior custo de vida em LatAm? São Paulo está no Top 10

Ranking da Mercer analisou categorias como gastos domésticos, roupas e calçados, serviços públicos e transporte em 226 cidades do mundo

Parque Ibirapuera em São Paulo: cidade está entre as mais caras para se viver na América Latina, segundo ranking da Mercer
22 de Junho, 2024 | 05:06 PM

Bloomberg Línea — Nassau (Bahamas), Cidade do México e San José (Costa Rica) são as cidades mais caras da América Latina e do Caribe, segundo a edição deste ano do Ranking do Custo de Vida 2024, da Mercer, dominado por cidades da Ásia e da Europa.

Este ano, o ranking global foi liderado pelas cidades asiáticas de Hong Kong e Singapura, seguidas pelas cidades suíças de Zurique, Genebra, Basileia e Berna, o que pode estar “correlacionado com sua qualidade de vida superior”.

Nova York, Londres, Nassau e Los Angeles fecham o top 10 das cidades mais caras do mundo.

Na América Latina e Caribe, as cidades mais caras são Nassau (9º lugar no ranking mundial); Cidade do México (33º); San José (36º); Montevidéu (Uruguai) (42º); San Juan (Porto Rico) (48º); Buenos Aires (77º); Kingston (Jamaica) (99º); Porto da Espanha (Trinidad e Tobago) (114º); Monterrey (México) (115º); e São Paulo (124º).

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O relatório leva em conta categorias como suprimentos domésticos, cuidados pessoais e cosméticos, roupas e calçados, serviços domésticos, serviços públicos, alimentação fora de casa e transporte.

A metodologia deste ano abrangeu 226 cidades em cinco continentes e avaliou os custos comparativos de mais de 200 itens em cada local.

De acordo com os autores, o 2024 Cost of Living City Ranking serve como um roteiro para empresas multinacionais planejarem suas estratégias de remuneração para seus funcionários internacionais.

A líder de Mobilidade Global da Mercer, Yvonne Traber, disse que “a crise do custo de vida teve um impacto significativo sobre as companhias multinacionais e seus funcionários”.

“Os altos custos de vida podem exigir que os funcionários ajustem seus estilos de vida, reduzam os gastos discricionários e até mesmo lutem para atender às suas necessidades básicas”, disse ela.

Por um lado, a inflação e as flutuações da taxa de câmbio estão afetando diretamente os salários e as economias, enquanto “o aumento da volatilidade econômica e geopolítica, bem como os conflitos e emergências locais, geraram despesas adicionais em áreas como moradia, serviços públicos, impostos locais e educação”, diz o relatório.

A Consultora Sênior de Talentos da Mercer para Colômbia, América Central e Caribe, Zulma Santamaria, observou que “com os aumentos de preços em todo o mundo e a desvalorização de algumas moedas em relação ao dólar, ter um pacote de remuneração estruturado é fundamental para equalizar e garantir o poder de compra de um funcionário transferido”.

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Quanto é necessário para cobrir os custos básicos na América Latina?

O Paraguai é atualmente o país mais barato para cobrir os custos básicos, excluindo o aluguel, com uma estimativa de US$ 446 por mês, de acordo com um relatório da Statista.

Depois vem Argentina (US$ 469), Bolívia (US$ 481), Peru (US$ 495), Colômbia (US$ 527), Equador (US$ 541), Brasil (US$ 553), Nicarágua (US$ 553,30) e Venezuela (US$ 601).

Em outro bloco estão Guatemala (US$ 638), El Salvador (US$ 645), Honduras (US$ 645,2), Chile (US$ 703) e México (US$ 706). E os países mais caros para cobrir os custos básicos são Panamá (US$ 779), Costa Rica (US$ 865) e Uruguai (US$ 887).

De acordo com as projeções mais recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação na América Latina e no Caribe deve chegar a 16,7% em 2024, ante 14,4% em 2023 e 14% em 2022. O FMI prevê que a inflação atingirá 7,7% em 2025 e 3,6% em 2029.

Entre os principais mercados regionais, o índice de preços ao consumidor em 2024 seria de 160% na Venezuela; 149,4% na Argentina; 5,7% no Uruguai; 5,3% na Colômbia; 4% no Paraguai; 3,8% no Brasil; 3,5% no México; 3% no Chile; 2,4% no Peru e 1,5% no Equador.

Daniel Salazar

Profissional de comunicação e jornalista com ênfase em economia e finanças. Participou do programa de jornalismo econômico da agência Efe, da Universidad Externado, do Banco Santander e da Universia. Ex-editor de negócios da Revista Dinero e da Mesa América da Efe.