Bloomberg — A Suíça manteve o primeiro lugar em uma classificação de nações com base em sua capacidade de atrair e reter talentos, marcando uma década de domínio na competição para obter a nata do capital humano.
Singapura e os Estados Unidos ocupam o segundo e o terceiro lugares, respectivamente, na lista dominada por países europeus – sete entre os 10 primeiros, de acordo com o Índice de Competitividade Global por Talentos de 2023 publicado pela escola de negócios Insead.
A Suíça ficou em primeiro lugar nas categorias de capacitação e retenção de talentos devido a seus altos níveis de proteção social e seu meio ambiente. A qualidade de vida e a sustentabilidade serão um “ativo essencial para aqueles que pretendem se tornar centros de talentos” na próxima década, de acordo com o relatório.
A “força de trabalho altamente instruída e a economia inovadora” de Singapura a colocaram em primeiro lugar geral em habilidades de conhecimento global, enquanto os EUA ficaram em primeiro lugar em crescimento de talentos devido às suas “universidades e escolas de negócios de classe mundial”.
O Reino Unido ficou em 10º lugar no geral devido à força de sua educação terciária e teve uma atuação dominante em habilidades de conhecimento geral e crescimento de talentos, apesar das notas baixas em habilidades vocacionais e técnicas.
A China ficou em primeiro lugar entre as chamadas nações BRICS, compostas por China, Brasil, Índia, Rússia e África do Sul. Seu status de “líder global em combinar as habilidades das pessoas com as necessidades da economia” foi ancorado por seu “calcanhar de Aquiles” na atração de talentos, o que contribuiu para sua pontuação de 40º lugar no geral.
A Índia, país mais populoso do mundo, ficou em 103º lugar, regredindo nos últimos três anos desde 2020 para ficar na parte inferior do grupo dos BRICS. Uma queda no sentimento empresarial prejudicou sua capacidade de atrair talentos internamente e do exterior, de acordo com os autores.
A competição por talentos entre as nações pode se tornar ainda mais acirrada nos próximos 10 anos, de acordo com o relatório, que citou o aumento das incertezas no comércio, nos investimentos e na geopolítica. O relatório enfatizou a capacidade dos países, das cidades e das organizações de inovar e projetar soft power.
Isso pode criar uma maior disparidade de talentos entre países ricos e pobres, já que “a correlação riqueza/talento continua forte”, de acordo com a Insead.
O relatório também constatou que a covid reforçou a desigualdade de gênero, pois a paridade entre homens e mulheres em empregos altamente qualificados diminuiu nos últimos três anos em relação ao pico de 2019.
A Inteligência Artificial pode exacerbar essa tendência, pois “a mão de obra não qualificada ou pouco qualificada suportará grande parte da pressão adicional, enquanto novas categorias de trabalhadores, algumas com habilidades mais elevadas, sofrerão com a concorrência mais forte de algoritmos e equipamentos especializados”.
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