Por que a demanda por champagne na França caiu ao menor nível em décadas

Segundo o Comité Champagne, que representa os produtores da bebida, inflação tem pesado sobre os orçamentos familiares; LVMH já havia alertado para queda

Remessas de champagne para o mercado francês tiveram o menor patamar em quase quatro décadas em 2023 (Foto: Patrick T. Fallon/Bloomberg)
Por Angelina Rascouet
15 de Janeiro, 2024 | 12:29 PM

Bloomberg — Os produtores de champagne na França enviaram menos garrafas de espumante para o mercado no ano passado, em mais um sinal de enfraquecimento no mercado de luxo.

As remessas estrangeiras da famosa região francesa caíram 8,2%, informou o Comité Champagne, que representa os produtores da bebida, nesta segunda-feira (15). Na França, as remessas atingiram o nível mais baixo em quase quatro décadas, excluindo 2020, ano distorcido pelos lockdowns da pandemia.

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Os franceses são de longe os maiores consumidores de seu vinho espumante produzido localmente e respondem por mais de 40% das remessas, mas a inflação tem pesado nos orçamentos familiares, de acordo com o Comité Champagne.

A demanda por rótulos como Veuve Clicquot, Bollinger, Lanson e outros disparou quando as restrições da pandemia foram aliviadas e desde então tem voltado ao normal — uma tendência observada em toda a indústria de bens de luxo.

A consultoria Bain estima que o setor provavelmente crescerá até 4% neste ano, abaixo dos 8% em 2023, o que destaca os desafios enfrentados pelos fornecedores de bens de alta qualidade.

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As remessas totais caíram para 299 milhões de garrafas no ano passado. Os produtores compensaram os volumes mais baixos vendendo rótulos mais caros, especialmente no exterior, o que manteve a receita acima do recorde de 6 bilhões de euros (US$ 6,6 bilhões) alcançado em 2022, segundo o Comité.

A LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton disse à Bloomberg News em setembro que a demanda por champagne havia enfraquecido, especialmente para consumo em casa. A LVMH, maior produtora de champagne, possui rótulos como Moët & Chandon e Dom Pérignon.

A unidade de vinhos e destilados do grupo, que também inclui o conhaque Hennessy, viu a receita cair 7% em termos orgânicos nos primeiros nove meses do ano passado. Foi a única divisão a sofrer queda no período.

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