No Vale do Silício, preço médio de uma casa supera US$ 2 mi, um recorde nos EUA

Imóveis residenciais na região de San Jose-Sunnyvale-Santa Clara, onde estão as sedes de grandes empresas de tecnologia, subiram 11,6% de preço no último ano

Casas no Vale do Silício
Por Michael Sasso
13 de Agosto, 2024 | 03:16 PM

Bloomberg — O preço médio de uma casa no Vale do Silício ultrapassou US$ 2 milhões no segundo trimestre, a primeira vez que uma região metropolitana dos EUA supera essa marca e um sintoma do desafio de acesso à moradia do país.

Os preços das casas unifamiliares na região de San Jose-Sunnyvale-Santa Clara aumentaram 11,6% no segundo trimestre em relação ao ano anterior, chegando a US$ 2,08 milhões (aproximadamente R$ 11,36 milhões).

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Nenhuma região metropolitana do país havia ultrapassado US$ 2 milhões nos dados da Associação Nacional de Corretores de Imóveis (NAR, na sigla em inglês) desde 1979, informou o grupo nesta terça-feira (13).

A vizinha São Francisco ficou em segundo lugar entre as áreas metropolitanas mais caras. O preço médio de uma casa subiu 8,5% no último ano na região, para cerca de US$ 1,45 milhão (cerca de R$ 7,92 milhões). Sete dos dez mercados mais caros dos EUA estavam na Califórnia.

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A valorização acentuada do preço dos imóveis residenciais no estado reflete um problema mais amplo de acessibilidade. Em todos os Estados Unidos, o crescimento anual do preço dos imóveis residenciais para casas unifamiliares existentes aumentou 4,9% para US$ 422.100 no segundo trimestre, em comparação com um avanço de 5% em relação ao ano anterior.

Em nível nacional, 89% das regiões metropolitanas registraram aumentos nos preços dos imóveis residenciais no segundo trimestre. A taxa fixa de um financiamento de 30 anos variou de 6,82% a 7,22% durante o período.

Em 48% dos mercados dos Estados Unidos, é necessário ter uma renda de pelo menos US$ 100.000 por ano para pagar um financiamento com 10% de entrada, mostram os dados da NAR. No primeiro trimestre, esse era o caso em 40,7% dos mercados do país.

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"É uma excelente notícia para os proprietários de imóveis que estão avançando nos ganhos de riqueza", disse o economista-chefe da NAR, Lawrence Yun, em um comunicado. "No entanto, é difícil para aqueles que querem comprar uma casa, pois a renda necessária para se qualificar praticamente dobrou em relação a apenas alguns anos atrás."

Pagamento típico

O pagamento de um financiamento foi de US$ 2.262 por mês em édia, um aumento de cerca de 11% em relação ao primeiro trimestre. As famílias normalmente comprometeram 26,5% de sua renda em pagamentos de hipotecas no segundo trimestre, em comparação com 24,2% no período de três meses anterior.

Alguns mercados encabeçaram a lista da NAR de áreas com os maiores aumentos percentuais anuais. As regiões de Racine, no estado de Wisconsin, e Glens Falls, em Nova York, registraram um crescimento de 19,8% nos preços dos imóveis residenciais em relação ao ano anterior no segundo trimestre. Entretanto, o mix de casas vendidas influencia os números, disse a associação.

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Enquanto isso, o crescimento dos preços foi moderado em alguns mercados imobiliários que haviam registrado crescimento rápido. Em Austin, no Texas, os preços dos imóveis residenciais permaneceram estáveis no segundo trimestre, enquanto os de Nashville, no Tennessee, corresponderam ao ganho médio nacional de 4,9% nos preços dos imóveis residenciais.

Os preços médios na região de Nova York-Jersey City-White Plains aumentaram 14,8% em relação ao ano anterior, chegando a quase US$ 699.000.

-- Com a colaboração de Alex Tanzi.

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