Bloomberg — O Manchester United planeja construir um novo estádio com 100.000 lugares, em uma tentativa de alcançar as modernas instalações construídas por alguns dos maiores clubes da Europa.
O time da Premier League disse que planeja construir o novo local ao lado de seu atual Old Trafford. O local histórico tem, confortavelmente, a maior capacidade da liga, com mais de 74.000 pessoas, mas seu telhado com vazamentos e outras instalações em deterioração envelheceram mal em comparação com os clubes da Premier League, incluindo os rivais Manchester City e Tottenham Hotspur em Londres.
“Nosso estádio atual nos serviu brilhantemente nos últimos 115 anos, mas ficou atrás das melhores arenas do esporte mundial”, disse o bilionário coproprietário do Manchester United, Jim Ratcliffe, em um comunicado.
O Manchester United deve considerar uma série de opções de financiamento. Espera-se que um novo estádio nessa escala custe mais de US$ 2 bilhões, e Ratcliffe deixou claro que o cronograma para a mudança depende da regeneração mais ampla da área. O clube também considerou a possibilidade de reformar seu estádio atual.
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“Estamos analisando todas as nossas opções de financiamento”, disse Omar Berrada, diretor executivo do Manchester United. “Primeiro, precisamos parar de perder dinheiro”.
Os novos planos surgem pouco mais de um ano depois que Ratcliffe gastou cerca de US$ 1,5 bilhão para adquirir quase um terço do Manchester United. O time tem enfrentado dificuldades e atualmente ocupa a 14ª posição entre 20 equipes da mais alta categoria do futebol inglês. Fora dos gramados, Ratcliffe vem cortando postos de trabalho enquanto tenta controlar os custos, com o Manchester United enfrentando um iminente abismo de dívidas.
As ações do Manchester United em Nova York caíram pouco mais de 20% desde o início do ano.
Ratcliffe já falou anteriormente sobre a construção de um “Wembley do Norte”, uma referência à sede do time nacional da Inglaterra, no noroeste de Londres, que também implica um certo grau de interesse público no projeto. O Manchester United disse que um novo estádio, combinado com uma regeneração mais ampla, poderia criar 92.000 empregos e gerar um adicional de £7,3 bilhões (US$9,4 bilhões) por ano para a economia.
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Ratcliffe disse que buscaria financiamento público para parte do projeto. Mas qualquer financiamento do governo seria politicamente difícil em um momento em que o governo do Reino Unido está alertando sobre cortes de gastos mais amplos, inclusive na previdência social. O Partido Trabalhista chegou ao poder prometendo crescimento e investimento em infraestrutura, embora os eleitores provavelmente não tivessem em mente ajudar um clube de futebol da Premier League.
Ainda assim, o prefeito de Manchester, Andy Burnham, do Partido Trabalhista, afirmou que o projeto beneficiaria a cidade, dizendo aos repórteres que “se fizermos isso direito”, poderia ser melhor do que a regeneração do leste de Londres em torno dos Jogos Olímpicos de 2012.
O Manchester United deixou de ser o segundo clube que mais gerava receita na Europa em 2015, de acordo com a Deloitte, para ser o quarto maior, ultrapassado pelo Manchester City e pelo Paris Saint-Germain, com o Real Madrid ainda na frente.
Embora continue sendo um dos maiores clubes do mundo em termos de influência comercial, os rivais, incluindo o Real Madrid e o Barcelona, destinaram quantias significativas para reformar seus famosos estádios a fim de aumentar as receitas.
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