La Liste aponta novos melhores restaurantes do mundo. E o melhor brasileiro

Segundo o levantamento que leva em conta críticas profissionais e resenhas de clientes, sete restaurantes empataram com a pontuação máxima de 99,5 pontos

Foto de uma cesta de bambu contendo três bolinhos típicos da culinária oriental
Por Lisa Fleisher
18 de Novembro, 2023 | 04:58 PM

Bloomberg — O mundo não tem um novo melhor restaurante – mas sete.

Isso de acordo com a La Liste, uma das empresas que publicam classificações de restaurantes cada vez mais usadas por clientes que viajam pelo mundo em busca de excelência culinária.

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Ao contrário de outras empresas que distribuem estrelas ou coroam o restaurante nº 1 do mundo, a La Liste compila pontuações com base em avaliações online de clientes casuais e influenciadores, classificações de revistas e jornais e pontuações de guias e outras listas. As mais de 1.000 fontes incluem guias de viagem online, a editora gastronômica Eater e o guia Black Pearl da Meituan Dianping na China.

“Acreditamos que, ao agregar essas escolhas subjetivas, resenhas e críticas, chegamos a uma classificação um pouco mais objetiva”, disse Hélène Pietrini, diretora administrativa da La Liste.

O sistema da lista atribui pontuações aos restaurantes em incrementos de meio ponto até 99,5, o que significa que muitos restaurantes acabam empatados com a mesma classificação.

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Os sete restaurantes que receberam a pontuação máxima de 99,5 incluíram duas repetições do ano passado: Le Bernardin, em Nova York, e Guy Savoy, em Paris. No início deste ano, o restaurante francês ganhou as manchetes quando perdeu seu status de três estrelas Michelin.

O Sushi Saito, em Tóquio, e o La Vague d’Or, em Saint-Tropez, na França, subiram do segundo lugar para o primeiro grupo. Os três restantes foram o L’Enclume, no Lake District do Reino Unido, o Schwarzwaldstube, na Floresta Negra da Alemanha, e o Lung King Heen, em Hong Kong.

Pietrini, que anteriormente foi diretora da lista de restaurantes World’s 50 Best, disse que, embora respeite as várias metodologias usadas por diferentes empresas, ela acha que os consumidores se beneficiam de ter várias fontes de informação, e não necessariamente apenas um restaurante que seja universalmente declarado o melhor do mundo.

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‘Não há o melhor restaurante do mundo’

“No fim das contas, o consumidor não é burro”, disse. “Não existe um único e melhor restaurante que seja o melhor em um momento, um dia, um ano. A noção de melhor é um pouco mais complexa.”

Com base nos cálculos da La Liste, 17 restaurantes receberam a pontuação de 99, ficando em segundo lugar; 26 obtiveram 98,5 e 31 alcançaram a pontuação de 98, ficando em quarto lugar.

O La Liste publica uma lista dos 1.000 melhores restaurantes, mas inclui pontuações para um número ainda maior em seu aplicativo.

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“Uma tendência marcante é que a Ásia está em evidência novamente”, disse Pietrini, refletindo uma parte do mundo que foi quase que totalmente reaberta após a pandemia de covid-19.

Dos mil melhores restaurantes deste ano, 139 estavam no Japão e 76 na China continental, enquanto 25 em Hong Kong, 14 em Macau e sete em Taiwan. Os Estados Unidos e a França ficaram com 106 lugares cada.

Para Pietrini, o número de locais de alto e baixo padrão que continuam fechando é notável. Isso mostra o impacto contínuo que a inflação e o aumento dos custos exercem sobre os restaurantes, em um momento em que os clientes têm menos renda disponível, disse Joerg Zipprick, editor e cofundador da La Liste.

Entre os restaurantes que anunciaram o fechamento estão o Le Gavroche, em Londres, o Deanes Eipic, em Belfast, e o Ernst, em Berlim, sem mencionar o mundialmente famoso Noma, que “atestam o impacto considerável sobre os estabelecimentos gastronômicos de luxo”, disse.

Os restaurantes que servem cozinha tradicional, clássica e de terroir tendem a sobreviver melhor durante esses períodos, disse. “Os períodos de prosperidade são mais propícios à gastronomia de vanguarda”. Ele acrescenta que “o público de hoje está procurando a chamada ‘comfort food’”.

A La Liste é relativamente nova no cenário das classificações, produzindo sua primeira lista em 2015. Neste ano, a empresa se dedicou também às classificações de hotéis, coroando o Belmond Hotel Cipriani, na Itália, como o melhor do mundo.

A Michelin, por outro lado, começou a conceder estrelas em 1926 aos restaurantes listados em seu guia, com o objetivo de facilitar as viagens e promover seu negócio de pneus. E a editora britânica William Reed vem produzindo sua lista dos 50 melhores restaurantes do mundo desde 2002; mais recentemente, acrescentou os melhores hotéis, bem como listas de melhores bares globais e regionais.

Confira uma amostra dos restaurantes que obtiveram a melhor pontuação na lista em seus países

  • Argentina: Don Julio
  • Austrália: Oncore by Clare Smith e Vue du Monde
  • Bélgica: Hof Van Cleve
  • Brasil: Casa do Porco
  • Canadá: Alo
  • Dinamarca: Geranium
  • Índia: Indian Accent
  • Israel: OCD TLV
  • Itália: Da Vittorio e Le Calandre
  • México: Quintonil
  • Noruega: Maaemo
  • Peru: Maido
  • Singapura: Odette
  • África do Sul: La Colombe
  • Coreia do Sul: Mingles, Mosu e La Yeon
  • Espanha: Martín Berasategui e Atrio
  • Turquia: Turk Fatih Tutak
  • Emirados Árabes Unidos: Ossiano

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