Bloomberg — A Jaguar, a marca de carros preferida dos primeiros-ministros e membros da família real, parou de vender novos veículos no Reino Unido.
A famosa marca britânica ficará inativa até 2026, quando ressurgirá com a venda de apenas veículos elétricos de alto padrão. Até lá, a Jaguar Land Rover, de propriedade da Tata Motors, não enviará nenhum Jaguar novo para as concessionárias do Reino Unido. Todas as unidades ainda em estoque agora são classificados como usadas, independentemente do número no odômetro, de acordo com um porta-voz.
A Jaguar Land Rover planejou levar a marca Jaguar para uma direção exclusivamente de veículos elétricos no início de 2021, apenas alguns meses depois que o então primeiro-ministro Boris Johnson anunciou planos para eliminar gradualmente as vendas de novos carros a gasolina ou diesel até o final da década. A transição se mostrou mais complicada do que o previsto, tanto para a empresa quanto para o país.
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As montadoras, incluindo a Jaguar Land Rover, enfrentam dificuldades para cumprir a obrigatoriedade de veículos com emissão zero que entrou em vigor este ano no Reino Unido, que exige que 22% dos carros novos vendidos por cada fabricante sejam não poluentes.
Apenas 18% dos carros novos registrados até outubro eram veículos elétricos a bateria, sendo que muitas empresas não atingiram essa participação.
As empresas poderão evitar as penalidades com a compra de créditos de concorrentes com desempenho superior, como a Tesla (TSLA), e com a compensação os déficits do início do ano com o excesso de conformidade nos próximos anos.
A Jaguar encerrou a produção de carros de passeio XE, sedãs XF e carros esportivos F-Type no Reino Unido no início deste ano. A montagem dos veículos utilitários esportivos (SUVs) E-Pace e I-Pace na Áustria será interrompida a partir de dezembro, e o restante da produção se destinará a mercados fora do Reino Unido.
Isso significa que os britânicos ficarão sem nenhum modelo novo da Jaguar pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.
Embora a Jaguar Land Rover não divulgue publicamente os lucros por marca, a Land Rover é, há muito tempo, a maior geradora de lucros do grupo. Os executivos decidiram que a Jaguar precisava de uma atualização completa e darão uma prévia do que está por vir no dia 2 de dezembro, na Miami Art Week.
A nova linha de veículos elétricos de luxo não deve ser lançada até o verão de 2026 no hemisfério norte, no mínimo, o que é mais tarde do que o planejado inicialmente.
Outras montadoras continuaram a fabricar e vender veículos movidos a gasolina até que seus modelos elétricos estivessem prontos. A Jaguar Land Rover observou os fabricantes rivais lançarem veículos elétricos que foram impopulares entre os consumidores e decidiu levar mais tempo para acertar o produto, disse o CEO Adrian Mardell na semana passada.
“Para ser bem-sucedido em qualquer mercado – mas particularmente nesse novo mercado, neste momento, com os veículos elétricos a bateria – você realmente não pode comprometer o veículo que coloca no mercado”, disse Mardell a repórteres em uma teleconferência de resultados em 8 de novembro.
A Jaguar Land Rover ainda fabricará os SUVs F-Pace no Reino Unido para exportação até o primeiro trimestre de 2026, um pouco mais tarde do que o planejado anteriormente, disse Mardell. Ele advertiu que a empresa vai moderar o quanto gasta em sua marca exclusivamente elétrica.
“Nosso investimento na Jaguar é e será proporcional ao tamanho, à escala e à oportunidade que vemos nesse negócio neste momento”, disse ele. “Haverá menos investimento na Jaguar do que há 10 anos.”
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