Bloomberg — A Ferrari NV pode suportar o impacto das tarifas automotivas dos EUA porque seus clientes americanos não serão dissuadidos por preços mais altos, de acordo com analistas da Bernstein.
Apesar de estar “na mira” da escalada da política comercial do presidente Donald Trump, os novos impostos de 25% sobre todas as importações de automóveis para os EUA não prejudicarão o caso da Ferrari, que produz todos os seus carros em Maranello, na Itália, escreveu a equipe liderada por Stephen Reitman em uma nota.
“É difícil para nós pensar em qualquer grupo de clientes nos EUA que esteja mais bem posicionado do que a Ferrari para absorver preços mais altos”, escreveu Reitman na nota datada de quinta-feira (27). “Qualquer aumento nos preços será de certa forma amortecido pelo conhecimento de que as outras Ferraris do cliente em sua garagem viram seus valores subirem”.
Reitman manteve uma classificação de desempenho superior para as ações.
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As ações da Ferrari, listadas em Milão, caíram até 2,6% na quinta-feira e estão em queda de cerca de 8% desde o início do ano. Isso ocorre após dois anos de ganhos para a montadora de carros de luxo, que viu as ações subirem 52% em 2023 e 34% em 2024.
Os analistas disseram que é improvável que a Ferrari absorva 100% do custo extra das tarifas dos EUA e esperam “um nível muito alto de repasse da tarifa para os clientes”. O impacto máximo do lucro por ação será de cerca de 1,39 euros se uma taxa de 25% for totalmente aplicada e a Ferrari absorver todos os custos, estimaram os analistas.
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A marca continua a ter poder de fixação de preços e possui uma base de clientes fiéis, com cerca de 49% dos carros da empresa vendidos a clientes que já possuem uma ou mais Ferraris, de acordo com Bernstein.
“Se há um grupo de clientes que pode se dar ao luxo de pagar mais por seus carros, é o comprador da Ferrari”, disse Reitman.
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