Bloomberg — A Lamborghini adiou, por enquanto, a produção de seus carros esportivos totalmente elétricos, à medida que cresce o ceticismo em torno da tecnologia.
Embora o desempenho não seja um problema em um veículo elétrico, alguns aspectos emocionais — como o som do motor V10 do Huracan — não podem ser replicados, disse o CEO da Lamborghini, Stephan Winkelmann.
A marca, de propriedade da Volkswagen, também permanece aberta ao uso de combustíveis sintéticos caso a regulamentação se torne mais favorável.
Supercarros esportivos totalmente elétricos “não são algo que está vendendo até agora”, disse Winkelmann em uma entrevista. “É muito cedo, e precisamos ver no futuro se e quando isso vai acontecer.”
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É um momento tenso no setor de carros de luxo, que avalia como lidar com a pressão regulatória para reduzir emissões, enquanto a demanda por veículos elétricos diminui e os governos reduzem os subsídios para a tecnologia.
O grupo Mercedes-Benz interrompeu o desenvolvimento de bases separadas para sedãs de luxo elétricos para economizar dinheiro e planeja vender carros movidos a gasolina por mais tempo do que o esperado.
A Ferrari, rival da Lamborghini, está mais avançada em sua jornada de eletrificação e planeja abrir no próximo mês uma fábrica que produzirá supercarros híbridos e elétricos em Maranello, na Itália. Seu primeiro modelo totalmente elétrico deve ser lançado no próximo ano.
A BYD superou ambas ao lançar um carro esportivo elétrico de 1,68 milhão de yuans (US$ 232.452) em fevereiro. O Yangwang U9 será vendido inicialmente apenas na China, onde a presença da Lamborghini é “limitada”, disse Winkelmann.
A Lamborghini tem tido sucesso na venda de híbridos plug-in, incluindo o carro esportivo Revuelto, mas seu primeiro modelo totalmente elétrico — o crossover de duas portas Lanzador — só chegará em 2028.
Ainda assim, a montadora tem reformulado sua cadeia de suprimentos e produção para, até 2030, produzir Lamborghinis com 40% menos emissões de dióxido de carbono do que atualmente, disse Winkelmann.
No que diz respeito aos combustíveis sintéticos, a marca se beneficia do trabalho da Porsche, outra fabricante de carros de luxo do portfólio da Volkswagen.
Os combustíveis sintéticos podem ganhar mais destaque em dois anos, quando a União Europeia revisará seu plano de efetivamente banir a venda de novos carros com motor de combustão até 2035.
“Pode haver uma oportunidade se as coisas mudarem”, disse Winkelmann.
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