Casas de até R$ 300 milhões: os preços em condomínios de luxo no interior de SP

Condomínios próximos da capital paulista que oferecem de campos de golfe a hípicas conquistam executivos em busca de privacidade, natureza e segurança

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Bloomberg Línea — A cerca de 100 quilômetros de São Paulo, condomínios de luxo atraem famílias que buscam se desconectar da cidade e querem qualidade de vida, com amenidades que vão de campos de golfe, spa, hípica a heliponto, para facilitar o acesso à avenida Faria Lima, centro financeiro de São Paulo. Mas esse luxo tem seu preço, com casas que chegam a custar até R$ 300 milhões e terrenos de até R$ 5.000 o metro quadrado.

Levantamento da MBRAS, imobiliária com foco no público de alto padrão, divulgado com exclusividade à Bloomberg Línea, mapeou os cinco condomínios de luxo mais caros do interior de São Paulo.

Localizados a cerca de até uma hora e meia da capital em viagens de carro - menos no caso de helicópteros ou jatos executivos - em cidades como Porto Feliz, Itupeva, Bragança Paulista e Itu, esses refúgios ganharam força ainda maior na pandemia, quando as medidas de isolamento social levaram ao trabalho remoto e à busca por espaços mais amplos e próximos à natureza, com privacidade e segurança.

“Os juros têm uma relação muito forte com o tijolo. Quando o dinheiro não está valendo muito aplicado, as pessoas saem gastando, consumindo”, disse Lucas Melo, diretor executivo da MBRAS.

Ao longo de 2020, em meio às medidas de estímulo para combater os efeitos da pandemia na economia, a taxa Selic chegou ao menor patamar histórico de 2% ao ano. O movimento, além de baratear o crédito, contribuiu para uma diversificação da carteira dos investidores, que passaram a buscar ativos mais rentáveis para além da renda fixa, como produtos de renda variável e imóveis.

Segundo Melo, a maior parte - cerca de 70% do total - dos compradores dos imóveis em condomínios de luxo é de São Paulo. O restante, compradores do Mato Grosso e de Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

São famílias com mais de um filho ou de aposentados que compram casas nos condomínios como segunda moradia. Elas buscam em geral um refúgio perto de São Paulo para ficar mais perto da natureza, com segurança, disse Melo.

“Alguns desses condomínios apostam que vão se tornar uma moradia fixa dos seus proprietários. O próprio Boa Vista, por exemplo, desenvolveu o Village, que vai ter shopping, colégio e hospital”, disse.

Confira, a seguir, cinco dos condomínios de luxo mais caros do interior de São Paulo:

5. Boa Vista Village

Após o sucesso comercial da Fazenda Boa Vista, a JHSF lançou o Boa Vista Village. Também em Porto Feliz, o empreendimento conta com uma área de mais de 2 milhões de metros quadrados, campo de golfe de 18 buracos, centro de tênis para torneios internacionais, spa, clube esportivo, clube equestre, centro orgânico e uma fazenda.

O condomínio possui ainda uma praia artificial projetada para a prática de surfe, com prédios “à beira mar”, cujos apartamentos chegam a custar até R$ 30 milhões, segundo a Mbras. O “day use” do espaço, por sua vez, pode chegar a R$ 2.000.

Um dos diferenciais do condomínio, segundo Melo, são lotes menores, de até 1.500 metros quadrados, com valores entre R$ 2.500 e R$ 3.000 o metro quadrado.

4. Terras de São José

Com inspiração em loteamentos no exterior, como Boca Raton e Palm Beach, na Flórida, o sul na Itália e o sul da Espanha, o Terras de São José foi construído em 1974 em uma área de 4,2 milhões de metros quadrados.

Os sócios da Senpar, em busca de diversificar seus negócios para além da construção de estradas, decidiram trazer ao Brasil o primeiro loteamento fechado com esportes aquáticos, tênis, golfe e hipismo.

O empreendimento conta com hípica e heliponto e, segundo a Mbras, possui lotes mínimos de 2.000 metros quadrados no valor de até R$ 1.900 o metro quadrado, além de imóveis já construídos no valor de R$ 45 milhões.

3. Fazenda da Grama

Antes uma propriedade familiar, a Fazenda da Grama começou com amigos da família proprietária como clientes. Depois, vieram os amigos dessas famílias e hoje o local já conta com diversas casas ocupadas no condomínio, que fica em Itupeva.

Com lotes a partir de 2.000 metros quadrados, com valor da ordem de R$ 2.000 o metro quadrado, possui imóveis que chegam a ser vendidos na casa dos R$ 50 milhões, segundo a Mbras.

O residencial oferece uma gama de comodidades que vão desde a prática de esportes variados (como pesca, beach tennis, vôlei de praia e esportes náuticos sem motor) até serviços de massagem e cabeleireiro.

Há ainda um espaço para eventos sociais à beira de um lago de 150.000 metros quadrados e uma pousada com 12 suítes para uso exclusivo de proprietários e seus convidados.

2. Quinta da Baroneza

Considerado um dos maiores condomínios de campo do país, o Quinta da Baroneza conta com lotes a partir de 3.000 metros quadrados, com um valor de até R$ 3.000 o metro quadrado e casas já construídas que chegam a ser avaliadas em R$ 150 milhões.

Localizado na área de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, o condomínio possui vila hípica, centro esportivo, heliponto, centro médico, lojas, supermercados, cabeleireiro, além de um clube de golfe exclusivo para associados, com campo assinado por Dan Blankenship.

1. Fazenda Boa Vista

Localizada em Porto Feliz, a cerca de uma hora da capital paulista, a Fazenda Boa Vista conta com uma área de 12 milhões de metros quadrados e casas avaliadas em até R$ 300 milhões.

É um dos condomínios que ganhou mais notoriedade nos últimos anos. A propriedade oferece opções de lazer como um centro equestre e dois campos de golfe de 18 buracos cada um, assinados por Arnold Palmer e Randall Thompson.

A presença de um heliponto integrado facilita o acesso, destacou a Mbras, pois permite uma viagem de apenas 15 minutos da Faria Lima. O empreendimento também fica perto do Aeroporto Internacional Executivo Catarina, da JHSF, que desenvolveu o projeto.

Segundo a imobiliária, o condomínio possui lotes a partir de 3.000 metros quadrados, com preço de até R$ 5.000 o metro quadrado.

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