Aumento de preços de marcas de luxo afastou até os mais ricos, diz consultoria

Sócia da consultoria Bain responsável pelo setor de luxo diz que os reajustes ‘não estão valendo a pena’ para as empresas do ramo

YSL
Por Angelina Rascouet
18 de Junho, 2024 | 01:50 PM

Bloomberg — O aumento dos preços dos artigos de luxo afastou alguns compradores e tende a forçar as marcas a repensar tanto os reajustes quanto as ofertas mais amplas de produtos, segundo a consultoria Bain.

“Não está valendo a pena. Há uma alienação dos principais clientes de luxo e até mesmo, eu diria, dos clientes muito ricos”, disse Claudia D’Arpizio, sócia da Bain responsável pela prática voltada ao setor de luxo da consultoria. Os compradores começam “a questionar os preços desses produtos que são sempre os mesmos e estão muito mais caros”, disse ela em uma entrevista.

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As empresas do setor devem revisar suas estratégias de preços e se concentrar novamente em suas ofertas de produtos mais acessíveis, prevê D’Arpizio. Ela se recusou a citar nomes de marcas, de acordo com a política da Bain.

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A Chanel ganhou as manchetes no início deste ano quando sua bolsa clássica de tamanho médio com aba ultrapassou o limite de 10.000 euros (US$ 10.712) pela primeira vez em Paris.

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A casa de luxo alertou no mês passado que os tempos eram mais desafiadores depois que o aumento da demanda observado durante e após a pandemia perdeu força.

As marcas de luxo raramente reduzem seus preços. Ainda assim, a Yves Saint Laurent cortou os valores de algumas bolsas, escreveu o Barclays no mês passado, um sinal de que havia avaliado mal o que os clientes estavam dispostos a pagar.

Os representantes da marca, de propriedade da Kering, não responderam na época quando solicitados a comentar.

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A Bain espera que o setor de bens de luxo pessoal permaneça estável ou cresça até 4% a taxas de câmbio constantes em seu cenário mais provável para este ano. É uma desaceleração depois de taxas de crescimento de 8% e 13% em 2023 e 2022, respectivamente.

O setor poderá ver mais fechamentos de lojas este ano, uma vez que as marcas procuram reduzir custos, disse D’Arpizio.

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