Bloomberg — A antiga casa e estúdio de gravação da musicista britânica Kate Bush, onde ela escreveu e gravou seus álbuns, está à venda por £ 11,5 milhões (R$ 89,6 milhões) pela corretora Strutt & Parker.
Bush foi proprietária da casa conhecida como Shenfield Mill, em Berkshire, no Reino Unido, de meados da década de 1990 até 2011, quando foi comprada pelo fundador da Fulmar Colour Printing, Mike Taylor, por cerca de £ 2,4 milhões (R$ 18,6 milhões), segundo Taylor. Ele havia se aposentado recentemente e queria uma casa onde pudesse pescar.
“Eu estava literalmente à procura por uma casa em um rio. Encontrei algumas, mas eram caras e não me agradavam. Mas quando finalmente essa casa apareceu, era perfeita”, afirma Taylor. Ele diz que teve de esperar quase três semanas para ver a propriedade.
Mesmo antes de poder vê-la pessoalmente, ele se apaixonou pela casa só de olhar a localização no Google Earth. Quando a viu pessoalmente, ela mais do que correspondeu às suas expectativas.
Passados 13 anos, ele está de mudança para ficar mais perto de seus filhos e netos em Kent, e, por isso, colocou a casa à venda por £11,5 milhões.
Por esse valor, o comprador recebe 23 acres de terreno à beira do rio, uma casa principal georgiana de quatro quartos, o estúdio de dança e gravação autônomo de Bush que foi convertido em uma casa de hóspedes com três quartos adicionais e um chalé separado com dois quartos adicionais.
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O comprador também terá uma casa ecológica, pois Taylor contratou a consultoria de engenharia Renewables First para fazer com que a propriedade gere sua própria energia.
Eles instalaram uma turbina de parafuso de Arquimedes (um dispositivo hidrelétrico favorável aos peixes) com três metros de diâmetro no rio, que gera 40 quilowatts de energia por hora a partir da água que passa constantemente por ela.
A propriedade gera mais energia do que a utilizada, o que torna os custos de funcionamento da casa quase zero, segundo o empresário. A turbina fornece energia para água quente, ar condicionado, aquecimento do piso e um ponto de carregamento de veículos elétricos.
"Na verdade, somos net-negativos porque a energia gerada que não usamos volta para a rede nacional", diz Taylor.
Ele diz que se lembra de quando Bush surgiu no cenário musical com seu single de estreia Wuthering Heights, em 1978. “Kate Bush ser a proprietária anterior é um fato divertido para contarmos às pessoas.”
Apesar disso, enquanto morava em Shenfield Mill, ele ficou entusiasmado ao descobrir outro ocupante famoso: Charles de Gaulle, que foi presidente da França nos anos 1940 e 1960, quando teria passado um tempo na propriedade durante a Segunda Guerra Mundial.
Taylor afirma ter visto provas de cartas históricas de De Gaulle que mencionam a casa, que não ficava muito longe de uma base aérea da época da guerra, de onde os pilotos voavam para a França ocupada.
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Por dentro da casa
A casa principal de 650 metros quadrados é do modelo georgiana de tijolos vermelhos de dois andares que data do início do século XIX. Quando Taylor a comprou, ele iniciou uma reforma que reduziu o número de quartos de sete para quatro e os transformou em suítes.
Os quartos estão todos no andar de cima, o térreo tem uma cozinha principal e uma cozinha secundária com espaço para café da manhã, uma biblioteca, escritório e espaços de convivência adicionais, como salas de estar e de desenho.
“O prédio não era muito bem cuidado antes de Bush comprá-lo”, diz Taylor. “Ela fez muito trabalho, mas eu queria ir muito além disso.”
Foram acrescentados ar condicionado e aquecimento por piso, além de espaços adicionais para entretenimento, como um solário de vidro conectado à casa principal. Os Taylors também acrescentaram uma passarela em arco de 23 metros, feita de aço e azulejos, que atravessa o rio e conecta as duas metades de sua propriedade.
"A empresa que fabricou a ponte quebrou no meio do processo, então tivemos que conseguir alguém para pegá-la e terminá-la, mas ela tem um design lindo e pode ser vista da estrada", diz Taylor. "Muitas pessoas passam por nós nos fins de semana e param para olhar a ponte, que se tornou uma grande atração local."
Outros trabalhos incluíram a parceria com os órgãos ambientais para garantir que a turbina não perturbasse a vida selvagem no rio e o fortalecimento das margens do próprio rio para evitar riscos de inundação.
O empresário se recusou a dizer quanto gastou com as extensas obras de reforma ou com a turbina, mas diz que foi “significativamente mais” do que pagou pela casa.
Sua parte favorita da casa é o solário, onde a família se reúne para as férias e o almoço de domingo, e que tem as melhores vistas da casa, segundo ele.
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A propriedade
Shenfield Mill fica na extremidade do vilarejo de Theale, a cerca de 8 km de Reading e a 30 km do Aeroporto de Heathrow, em Londres. A casa principal e dois anexos ficam ao lado do rio, e a propriedade é cortada por cursos d’água particulares.
As duas residências separadas, tanto o estúdio transformado em casa de hóspedes quanto o chalé, ficam a uma curta caminhada da casa principal, do outro lado de um desses canais privados.
Também no terreno estão as ruínas de um moinho histórico com rodas d'água, que foi incendiado na década de 1890. Os agentes imobiliários dizem que o moinho costumava empregar cerca de 100 pessoas.
Grande parte da terra ao redor da casa é composta por campos agrícolas cercados, onde o rebanho de ovelhas de Taylor vagueia, mantendo-o ocupado na época da criação de cordeiros. Ele também gosta de observar os martim-pescadores sobrevoando os jardins e, ocasionalmente, avista lontras.
"A casa tem uma magia própria, é bastante cativante", diz ele. "Durante a pandemia, não sentimos pena de nós mesmos morando aqui, pois não importava estar trancado em 23 acres maravilhosos com toda a pesca que eu poderia querer fazer."
Taylor já aceitou a ideia de deixar tudo para trás para ficar mais perto da família. “Estamos à procura de uma propriedade para nos mudarmos. Mas não há nada como esta: às margens de um rio, com a hidroelétrica e o tamanho do terreno”, diz ele. “Queríamos um lugar maravilhoso para viver, e foi exatamente isso que criamos.”
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