Bloomberg — Bill Gates acredita que uma maneira fundamental de combater as mudanças climáticas é melhorar o acesso aos cuidados de saúde em países em desenvolvimento, uma área com a qual o bilionário filantropo se preocupa que os governos estejam negligenciando.
“A saúde global está um pouco fora do radar agora”, disse ele nesta terça-feira (16) em entrevista na Bloomberg House em Davos. “Pelos próximos dez anos, nos quais o dinheiro será limitado, se você se preocupa com o impacto climático, os gastos com saúde devem aumentar, não diminuir.”
Nesta segunda-feira, a Fundação Bill e Melinda Gates, que ele copreside, anunciou planos de gastar US$ 8,6 bilhões em tecnologia e programas de saúde até 2024, o maior orçamento já destinado à organização sem fins lucrativos.
Isso inclui esforços para desenvolver novas vacinas e obter suprimentos baratos para combater a malária, a poliomielite e as mortes maternas.
Gates pediu para que os países doassem 0,7% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em ajuda humanitária.
Os investimentos em saúde não têm apenas benefícios humanitários, mas também se traduzem em ganhos econômicos e ambientais, disse Gates.
“Ao tornarmos o mundo saudável, é aí que a taxa de crescimento populacional se estabiliza.”
Além da saúde, Gates tem feito aportes em empresas de tecnologia climática por meio de seu fundo Breakthrough Energy Ventures.
Ele disse estar “otimista” sobre o estado do financiamento climático, um campo que, na sua visão, será “potencializado” pela inteligência artificial.
“Empresas podem ajudar com a visibilidade, com a inovação. Há muito que elas podem fazer”, disse Gates.
“Mas com os US$ 130 bilhões de ajuda financeira fornecidos não conseguiremos fazer com que o setor privado ou mesmo a filantropia preencham as lacunas. Os números simplesmente não fecham.”
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