Bloomberg — A instituição de filantropia de George Soros, avaliada em US$ 25 bilhões, está à beira de uma transformação que irá reformular suas operações, reduzir seu pessoal e testar se seu filho Alex Soros está pronto para liderar uma das maiores e mais influentes organizações de caridade do mundo.
Alex, que foi nomeado sucessor oficial de seu pai bilionário na Open Society Foundations (OSF) em junho, revelou apenas alguns detalhes da reformulação, que incluirá uma pausa de cinco meses em novas doações começando em outubro e um corte mínimo de 40% no quadro de funcionários.
A organização, que contratou a empresa de consultoria Deloitte para ajudá-la com a reformulação, vai enfatizar urgência e resultados, afirmou o presidente da fundação, Mark Malloch-Brown, em entrevista por telefone à Bloomberg, sem divulgar muitos detalhes sobre quais causas receberão seu dinheiro.
As mudanças seguem uma tentativa anterior de reestruturação que reduziu pela metade a equipe da OSF e interrompeu seu trabalho, disseram duas pessoas familiarizadas com o assunto. Em 2021, a OSF tinha quase 1.700 pessoas na folha de pagamento, e após as mudanças mais recentes, o total será inferior a 500.
A OSF doa mais de US$ 1 bilhão por ano por meio de sua rede de fundações nos cinco continentes, portanto, qualquer indicação do que Alex e Malloch-Brown farão ou deixarão de fazer reverbera ao redor do mundo para causas que vão desde a justiça social até a democracia.
Dada a falta de detalhes e a relativa inexperiência de Alex, o herdeiro de 37 anos enfrenta algum ceticismo sobre para onde ele vai levar a grande organização que seu pai de 93 anos transformou em um dos maiores doadores para promover a democracia e os direitos humanos.
“É justo dizer que ele é bastante inexperiente quando se trata de liderar esse grande esforço filantrópico”, disse Elizabeth Dale, diretora de liderança sem fins lucrativos da Seattle University. “Perdendo 40% dos funcionários, você vai perder muito conhecimento e expertise institucional.”
Malloch-Brown disse que Alex, que não estava disponível para comentar, é mais do que qualificado para a função, que ele descreve como “presidente da família”. “Ele não tem o background para estar em um cargo executivo sênior, mas está imerso na tradição da fundação”, disse Malloch-Brown, 70 anos, por telefone.
A nova reviravolta foi sinalizada por Alex em fevereiro durante uma call, a primeira desde que ele se tornou formalmente o presidente da fundação em dezembro de 2022.
“Durante anos, meu pai não gostava da direção que a OSF estava tomando”, Alex disse à equipe, segundo transcrições analisadas pela Bloomberg. “Ele não quer que a OSF emule o que ele vê como um mundo estagnado e vazio de filantropia institucional.”
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