Bloomberg Línea — O presidente argentino, Javier Milei, ordenou uma “investigação urgente” sobre o lançamento da criptomoeda LIBRA. O anúncio foi feito pelo governo em uma nota 24 horas após uma polêmica gerada na rede social X, quando o presidente anunciou inicialmente seu apoio ao projeto da empresa KIP Protocol.
Na noite desta sexta-feira (14), Milei manifestou seu apoio ao projeto LIBRA - Viva La Libertad, mas depois apagou a publicação na rede social e escreveu que, após saber mais sobre o assunto, decidiu “não continuar divulgando”.
O governo disse no sábado (15) que o presidente definiu a criação de uma Força-Tarefa de Investigação (UTI) que reunirá informações de diferentes agências governamentais especializadas em criptoativos, atividades financeiras e lavagem de dinheiro para examinar o projeto do Protocolo KIP.
“O presidente Milei, que demonstrou seu comprometimento com a verdade por meio de suas ações, está comprometido com o devido esclarecimento deste incidente até as últimas consequências”, disse o governo.
O presidente também solicitou a intervenção da Agência Anticorrupção para apurar se houve conduta imprópria por parte de alguma autoridade, inclusive dele.
“Não tendo me envolvido em nenhum dos desenvolvimentos da criptomoeda, após as repercussões que o lançamento do projeto teve e para evitar qualquer especulação e não dar maior divulgação, decidi apagar a publicação”, acrescentou o comunicado.
A polêmica remonta a outubro de 2023, quando Milei se encontrou com representantes do KIP Protocol, Mauricio Novellli e Julian Peh, que apresentaram seu plano para financiar empreendimentos privados na Argentina usando a tecnologia blockchain. A reunião foi registrada no Registro de Audiências Públicas, informou a Presidência.
Em janeiro de 2025, o presidente realizou outra reunião na Casa Rosada com Hayden Mark Davis, apresentado pelo Protocolo KIP como provedor de infraestrutura tecnológica do projeto. A Presidência enfatizou que Davis não tem vínculos com o governo argentino.
“Todas as informações coletadas durante a investigação serão entregues aos tribunais para determinar se alguma das empresas ou indivíduos ligados ao projeto do Protocolo KIP cometeu um crime”, disse o comunicado.
