Bloomberg — Investidores retiraram mais de meio bilhão de dólares do Grayscale Bitcoin Trust durante seus primeiros dias de negociação como um ETF.
O fundo, que obteve a aprovação da Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) para se converter em um ETF em vez de um fundo de investimento na semana passada, registrou saída total de cerca de US$ 579 milhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Isso contrasta fortemente com os outros nove ETFs de bitcoin do mercado, que atraíram um total de quase US$ 819 milhões.
“Graças à conversão para ETF, esta é a primeira vez que temos uma visão clara sobre os fluxos do GBTC [Grayscale Bitcoin Trust]”, disse James Seyffart, um analista de ETF da Bloomberg Intelligence, que observou que os investidores podem estar realizando lucros.
Os dados de fluxo oferecem uma visão mais completa de como o ETF se saiu após a aprovação da SEC. Embora mais de US$ 2,3 bilhões em cotas do GBTC tenham sido negociados no primeiro dia, as saídas agora indicam que uma parte desse volume foi devido a vendas.
A Grayscale, uma gestora especializada em ativos digitais, não respondeu a um pedido de comentário.
“Muito deste capital encontrará seu caminho de volta para outras exposições ao bitcoin”, disse Seyffart.
As saídas do ETF da Grayscale não são totalmente inesperadas. A Bloomberg Intelligence previu que o fundo perderá mais de US$ 1 bilhão nas próximas semanas. Parte disso será impulsionado pela migração de investidores para ETFs de bitcoin mais baratos.
Com uma taxa de administração de 1,5%, o GBTC é o ETF americano mais caro entre os que investem diretamente em bitcoin. O segundo fundo mais caro, o VanEck Bitcoin Trust, cobra 0,25%.
Outros ETFs de bitcoin tiveram entradas líquidas. O IBIT da BlackRock atraiu quase US$ 500 milhões em seus primeiros dois dias de negociação. E o FBTC, da Fidelity, recebeu cerca de US$ 421 milhões.
As entradas sugerem que, mesmo sem o financiamento inicial dos emissores de fundos, a demanda por exposição ao bitcoin em um ETF à vista é forte.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Empresa de Lemann, dona do Burger King, planeja compra de franqueadora por US$ 1 bi
O que tem levado as ações de emergentes ao pior começo de ano desde 2016
