ETF de bitcoin à vista recebe aprovação de regulador no mercado americano

Decisão da Securities and Exchange Commission, que autoriza fundos de índice negociados em bolsa que investem diretamente em bitcoin, é vista como marco para o setor de criptomoedas

Cajeros automáticos de criptodivisas en Hong Kong mientras la ciudad se mueve para abordar "el puesto más difícil de cubrir en cripto".
Por Vildana Hajric - Katie Greifeld
10 de Janeiro, 2024 | 07:11 PM

Bloomberg — Pela primeira vez, os reguladores dos Estados Unidos aprovaram a criação de fundos de índice negociados em bolsa (ETFs) que investem diretamente em bitcoin, uma medida saudada como um evento marcante para o setor de ativos digitais, avaliado em cerca de US$ 1,7 trilhão. A expectativa é que a medida ampliará o acesso à maior criptomoeda em valor de mercado do mundo em Wall Street e além.

A Securities and Exchange Commission (SEC, na sigla em inglês), cujo mandato inclui a regulação do mercado e a proteção do investidor, autorizou 11 fundos a iniciarem a negociação na quinta-feira (11).

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As aprovações também representam uma rara capitulação da SEC, após uma oposição que durou mais de uma década, desde que Tyler e Cameron Winklevoss propuseram pela primeira vez um ETF de bitcoin (XBTUSD) em 2013.

O pedido da BlackRock em junho passado, seguido por uma decisão da corte de apelações que chamou a negação de uma aplicação de “arbitrária e caprichosa”, desencadeou uma rápida alta na criptomoeda, à medida que se intensificou a especulação de que os reguladores dos EUA finalmente concordariam com a aprovação.

A decisão ocorre um dia após uma postagem falsa na conta da SEC na rede social X (ex-Twitter) afirmar que a agência havia aprovado os ETFs. A SEC posteriormente afirmou que a conta havia sido hackeada, causando flutuações significativas no preço do bitcoin.

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O bitcoin subiu menos de 1% nesta quarta, para US$ 45.729 após as aprovações.

A criptomoeda, que despencou 64% em 2022, mais que dobrou de valor em 2023, em grande parte devido à especulação de que a SEC poderia aprovar os ETFs, que permitiriam a investidores obter exposição ao token em suas contas de corretagem tradicionais.

E, portanto, não teriam vez que usar serviços de startups nativas de criptomoedas que têm enfrentado crescente escrutínio governamental após uma série de escândalos e quebras no setor.

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Defensores das criptomoedas argumentam há anos que um fundo chamado de “spot” - à vista - que investe diretamente em bitcoin seria benéfico para os investidores e ajudaria a aproximar o ativo do mercado regulamentado das finanças tradicionais.

Isso também sugere um marco para um setor relativamente novo, no qual conflitos com reguladores atingiram o ápice após o colapso do império FTX, de Sam Bankman-Fried, que causou prejuízos de bilhões de dólares e deixou em evidência os riscos das criptomoedas.

A decisão histórica ocorre depois que a Grayscale Investments obteve uma vitória crucial sobre a SEC no ano passado. Uma corte de apelações federais anulou a rejeição da aplicação da Grayscale para converter seu truste de bitcoin em um ETF.

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A corte chamou a negação de “arbitrária e caprichosa”, pois a comissão deixou de explicar seu tratamento diferente para produtos semelhantes. ETFs que possuem futuros de bitcoin foram aprovados em 2021.

Pedidos em 2023 de gigantes de Wall Street, como BlackRock, Invesco e Fidelity, levaram alguns analistas a sugerir que a SEC poderia estar mais aberta a um fundo de bitcoin após anos de insucessos de vários emissores.

A BlackRock, por exemplo, possui um histórico no lançamento de ETFs, e muitos viram sua entrada na corrida como um prenúncio de uma estreia eventual.

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