Bloomberg — O bitcoin (XBTUSD) registrou um aumento de mais de 140% este ano, superando outros investimentos como ações e ouro. E o otimismo para mais altas está elevado.
O desempenho da moeda ocorre após um período turbulento para o setor. Além da queda nos preços das criptomoedas no ano passado, o fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, está atualmente na prisão por fraude, enquanto a exchange Binance e seu fundador Changpeng Zhao recentemente se declararam culpados por violações de lavagem de dinheiro, sendo multados em US$ 4,3 bilhões e US$ 50 milhões, respectivamente.
O retorno do bitcoin para o nível de US$ 40.000 seria um sinal de que a indústria está amadurecendo e outro ciclo de alta estaria em andamento? Ou a criptomoeda poderia cair novamente? Aqui está tudo o que você precisa saber:
Por que o bitcoin atingiu a máxima de US$ 41.000 em 19 meses?
A criptomoeda se recuperou devido às expectativas de que o Federal Reserve reduzirá as taxas de juros e às esperanças de uma maior demanda por fundos negociados em bolsa (ETFs).
A última vez que o bitcoin esteve nesse nível foi em abril do ano passado, antes do colapso da stablecoin TerraUSD.
O setor aguarda o resultado de pedidos de empresas como a BlackRock (BLK) para lançar os primeiros ETFs de bitcoin à vista nos EUA. A Bloomberg Intelligence espera que um lote desses fundos receba aprovação regulatória até janeiro.
O ETF de bitcoin à vista é semelhante a qualquer outro ETF, mas investe diretamente em bitcoin. Isso será uma novidade nos EUA, que até o momento oferece ETFs que investem em contratos futuros de bitcoin, em vez do mercado à vista do ativo.
Isso significa que os investidores terão exposição direta ao preço de mercado atual da criptomoeda.
Há outro fator impulsionando também o preço: o halving do bitcoin, que está previsto para o próximo ano.
O que é o halving do bitcoin de 2024?
É o momento em que a quantidade de tokens que os mineradores de bitcoin recebem como recompensa por seu trabalho é reduzida pela metade.
O evento ocorre a cada quatro anos e faz parte do processo de limitar o fornecimento de bitcoin a 21 milhões de tokens. A moeda atingiu recordes após cada um dos últimos três halvings.
Qual é a perspectiva para o preço?
Há um vento favorável por trás da criptomoeda. Os otimistas apontam para o esforço para conter práticas questionáveis e a enxurrada de pedidos de ETFs como um sinal de que a indústria está amadurecendo, e há potencial para uma base de investidores mais ampla para ativos digitais.
Enquanto isso, os investidores estão cada vez mais convencidos de que o Fed encerrou os aumentos nas taxas de juros, alimentando uma alta nos mercados globais.
Mas uma reversão nas apostas de taxas ou problemas inesperados para os ETFs planejados ainda podem atrapalhar o bitcoin. Alguns padrões técnicos de gráficos, como o índice de força relativa semanal, sinalizam condições de “sobrecompra”.
O que dizem os especialistas?
Michael Novogratz, fundador e CEO da Galaxy Digital Holdings, prevê que o bitcoin está prestes a atingir seu pico anterior em um ano. O bitcoin atingiu uma alta de quase US$ 69.000 em novembro de 2021, antes de recuar 64% no ano passado.
Assim que o ETF de bitcoin começar a ser negociado, Novogratz prevê que bilhões de dólares devem fluir para o espaço de ETFs dentro do primeiro ano, se não mais.
É claro que nem todos são fãs. Charlie Munger, vice-presidente da Berkshire Hathaway, que faleceu na semana passada aos 99 anos, chamou o bitcoin de “veneno nocivo” e alertou que os ativos digitais eram “em parte fraude e em parte ilusão”.
“Isso é uma combinação ruim”, disse Munger em uma entrevista de 2022 à CNBC. “Eu não gosto nem de fraude nem de ilusão. E a ilusão pode ser mais extrema do que a fraude.”
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