Bitcoin sofre maior tombo desde 2022 com aversão global ao risco

Maior criptomoeda em valor de mercado chegou a ser negociado abaixo de US$ 49.300 em meio à intensificação do selloff global

Criptomoeda também sofre pressão de possíveis vendas de tokens apreendidos por governos
Por Suvashree Ghosh - Ryan Weeks
05 de Agosto, 2024 | 11:54 AM

Bloomberg — As criptomoedas despencaram em meio ao surto de aversão ao risco que se espalhou pelos mercados globais, com queda de até 17% do bitcoin (BTC) e de 23% do ethereum (ETH).

O bitcoin chegou a ser negociado abaixo de US$ 49.300, em seu maior tombo desde novembro de 2022.

As fortes quedas acompanharam a intensificação do selloff global de ações, diante de preocupações com as perspectivas econômicas e dúvidas se os investimentos pesados em inteligência artificial valem todo o entusiasmo recente em torno da tecnologia.

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A crescente tensão geopolítica no Oriente Médio também aumenta o nervosismo dos investidores.

Os novos fundos de índice (ETFs) que investem diretamente em bitcoin nos EUA sofreram seus maiores resgates em cerca de três meses na sexta-feira (2).

Os ativos digitais também são vítimas da reversão das apostas de carry trade financiadas em iene, em meio a um ajuste dos mercados globais a juros mais altos no Japão, de acordo com Hayden Hughes, chefe de investimentos em criptomoedas no family office Evergreen Growth.

“Esses investidores também estão lutando contra um aumento drástico nos custos de hedging [proteção] por conta da volatilidade cambial”, disse Hughes.

O bitcoin, que atingiu a cotação recorde de US$ 73.798 em março, também sofre pressão de possíveis vendas de tokens apreendidos por governos e o risco de um excesso de oferta de criptomoedas devolvidas a credores de plataformas falidas.

Khushboo Khullar, da Lightning Ventures, que investe em empresas vinculadas ao bitcoin, disse que a ampla queda das ações gerou “pânico” e levou os investidores a correrem para liquidar posições. Mas ela argumenta que o recuo da criptomoeda é uma “ótima oportunidade de compra”.

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