Bloomberg — O bitcoin (BTC) registrou sua queda mais acentuada em quase quatro meses, à medida que traders tentam embolsar lucros após um rali de mais de 150% este ano.
A maior criptomoeda em valor de mercado chegou a cair até 7,5% nesta segunda-feira (11), na maior queda intradiária desde 18 de agosto. As perdas, contudo, foram amenizadas para cerca de 3,3% por volta das 9h25 (horário de Brasília), com a moeda negociada a US$ 42.335.
A maioria das principais criptomoedas também caiu, com um índice dos 100 maiores ativos digitais registrando a maior baixa desde 22 de novembro.
“A alavancagem de mercado aumentou significativamente”, disse Richard Galvin, co-fundador da Digital Asset Capital Management, sediada em Sydney. “A queda atual parece ser mais uma desalavancagem de mercado do que qualquer catalisador de fundamento.”
Dados da Coinglass mostram que cerca de US$ 312 milhões em posições de negociação de criptomoedas apostando em preços mais altos foram liquidadas em 11 de dezembro até as 4h15 (horário de Brasília) - o maior total desde pelo menos meados de setembro.
O bitcoin tem se destacado este ano com a expectativa de que os reguladores darão sinal verde para os primeiros fundos de índice (ETFs) dos Estados Unidos atrelados diretamente à moeda, ampliando a possível base de investidores em criptomoedas.
As apostas de que o Federal Reserve reduzirá as taxas de juros em 2024 também ajudaram a impulsionar o rali.
À espera do Fed
Os investidores aguardam dados de inflação dos EUA e a última reunião de política do Fed de 2023 nesta semana, ambas as quais poderiam testar as apostas agressivas em cortes de taxas.
As ações globais e os futuros de ações dos EUA operam mistos nesta segunda-feira, enquanto um indicador do dólar avança, sinalizando um sentimento de cautela.
“É sensato ver algum lucro sendo retirado”, disse Tony Sycamore, analista de mercado da IG Australia Pty. Ele espera que as quedas em direção à faixa de US$ 37.500 a US$ 40.000 sejam “bem apoiadas” pelos “dip buyers”, que aproveitam a queda nos preços para comprar na baixa.
O bitcoin subiu mais de 150% ano sobre ano, impulsionando uma recuperação mais ampla nos preços dos ativos digitais após uma queda de US$ 1,5 trilhão em 2022. A moeda permanece bem abaixo do seu recorde da era da pandemia, de quase US$ 69.000, estabelecido pouco mais de dois anos atrás.
Uma mensagem “menos hawkish” do Fed provavelmente causaria uma “re-testagem” da recente alta do Bitcoin perto de US$ 45.000, segundo Caroline Mauron, co-fundadora da Orbit Markets.
Veja mais em bloomberg.com
Leia também:
Quais as próximas ambições de Fernando Simões na Simpar, que controla JSL e Movida
Milei reforça ‘choque na economia’ e ajuste do estado ao tomar posse na Argentina