Bitcoin caminha para pior mês desde quebra da FTX com menor demanda por ETFs

Em período marcado por mudanças nas apostas para o início da queda do juro nos EUA, o que reduz o apetite por ativos de risco, criptoativo caminha para pior mês desde quebra da FTX em 2022

Bitcoin: pior mês em termos de preço desde o fim de 2022, por ocasião da quebra da FTX (Foto: Camilo Freedman/Bloomberg)
Por Sidhartha Shukla
30 de Abril, 2024 | 01:24 PM

Bloomberg — O bitcoin caminha para o seu pior mês em valor desde o colapso do império FTX de Sam Bankman-Fried, à medida que a euforia em torno dos ETFs à vista nos EUA para o maior ativo digital diminui.

A criptomoeda caiu 14% em valor em abril até este dia 30, a maior queda desde que caiu 16% em novembro de 2022.

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A “febre” induzida pelo ETF que acompanha o preço à vista, aprovado pela SEC (Securities and Exchange Commission) nos EUA, levou o bitcoin a atingir uma máxima recorde de quase US$ 74.000 em março.

Mas, à medida que a demanda por ativos de risco sofreu um golpe devido às esperanças menores de cortes nas taxas de juros do Federal Reserve, a alocação diminuiu significativamente.

Preço do bitcoin deve encerrar abril com a maior queda mensal desde novembro de 2022, mês do colapso da FTX

Até o dia 29 de abril, houve saída líquida (resgates menos aportes) de US$ 182 milhões nos 11 ETFs americanos que acompanham o bitcoin spot (à vista).

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Os fundos negociados em bolsa haviam registrado um ingresso líquido de US$ 4,6 bilhões em março. A SEC dos EUA aprovou os fundos como produtos disponíveis para investidores em janeiro.

O muito aguardado halving do Bitcoin, um evento quadrienal que reduz a oferta de novas moedas no mercado e historicamente atua como um impulso de preço, teve um impacto mínimo desde sua ocorrência em 19 de abril.

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Os observadores do mercado estavam de olho na Ásia em busca de um novo impulso e tinham todas as expectativas voltadas para as listagens de ETFs de bitcoin e ether em Hong Kong, mas a estreia nesta terça-feira tampouco inspirou - ao menos na largada - a confiança de investidores.

Os seis novos ETFs registraram um volume de negociação combinado de US$ 11 milhões na primeira sessão, segundo dados compilados pela Bloomberg. Isso está longe dos US$ 4,6 bilhões de volume total que os dez produtos de bitcoin à vista nos EUA registraram em sua estreia.

“O mercado criou algumas expectativas irracionais antes do lançamento dos ETFs de Hong Kong”, disse Vetle Lunde, analista da K33 Research.

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Em reação à demanda fraca de Hong Kong, a queda do preço do bitcoin e do ether ganhou força e as duas maiores moedas digitais do mercado caíram até 3,4% e 6,6%, respectivamente, na terça.

O bitcoin estava sendo negociado a US$ 61.090, enquanto o ether estava em torno de US$ 3.000 por volta das 9h10 da manhã no horário de Nova York (10h30 de Brasília).

ETFs que seguem o preço à vista do bitcoin devem encerrar o mês de abril com mais resgates do que ingressos de capital nos EUA, algo inédito desde o início de negociação do produto em janeiro

O ether, a segunda maior criptomoeda em valor de mercado, tinha queda acumulada de 17% em abril, em sua maior queda mensal desde junho de 2022.

A SEC exigiu informações de várias empresas em março como parte de sua revisão sobre o ether.

Na semana passada, a empresa de software cripto Consensys entrou com uma ação judicial contestando o poder da SEC de regular o blockchain do ethereum e o ether, a mais recente de uma série de disputas legais entre a indústria cripto e a agência reguladora do mercado de capitais dos EUA.

Lunde acrescentou que a queda na demanda indica mais volatilidade à frente.

“Os ETFs de Hong Kong nunca seriam suficientes para alterar essa tendência, com as melhores estimativas de ingresso variando de 15.000 a 30.000 bitcoins durante o próximo ano, equivalente aos ingressos de dois dias para o ETF de spot de btcoin da BlackRock em fevereiro”, disse ele.

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