STF proíbe Bolsonaro, investigado pela Justiça, de viajar à posse de Trump

O procurador-geral da República disse que não há evidências de que a viagem ‘seria de interesse vital’ que pudesse se sobrepor ao interesse público que se opõe à saída do ex-presidente do país

O Supremo Tribunal Federal do Brasil proibiu o ex-presidente Jair Bolsonaro de deixar o país para ir aos EUA assistir à posse do novo presidente do país
Por Daniel Carvalho
16 de Janeiro, 2025 | 03:26 PM

Bloomberg — O Supremo Tribunal Federal rejeitou o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro para deixar o país para participar da posse de Donald Trump como presidente dos EUA em Washington, DC, nos EUA, na segunda-feira (20).

O ministro Alexandre de Moraes, conforme recomendado pelo Ministério Público, recusou-se a devolver o passaporte de Bolsonaro, de acordo com um processo judicial emitido na quinta-feira (16). A polícia apreendeu seu passaporte em fevereiro de 2024 em meio a uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado por parte dos apoiadores do ex-presidente.

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Em 8 de janeiro, Bolsonaro disse que foi convidado para a posse de Trump e, em um vídeo postado na rede social X, disse que estava “muito feliz com esse convite”.

"Estarei representando nos EUA os conservadores, a direita, o bem, o povo brasileiro se Deus quiser", disse ele.

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Moraes havia recusado o pedido inicial de Bolsonaro para comparecer à posse de Trump, pedindo uma prova de que ele havia sido de fato convidado. Representantes de Bolsonaro, então, apresentaram ao Supremo Tribunal Federal uma cópia de um e-mail endereçado ao deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, mas que não fornecia uma programação de eventos. O porta-voz de Bolsonaro negou um pedido da Bloomberg News por uma cópia do convite.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, disse que não há evidências no pedido apresentado pelos advogados de Bolsonaro de que a viagem "seria de interesse vital" que pudesse se sobrepor ao "interesse público que se opõe à saída do requerente do país".

Bolsonaro não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. Ele negou qualquer irregularidade.

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Gonet pode apresentar, ainda neste ano, acusações formais contra Bolsonaro com base nas investigações da Polícia Federal sobre a suposta tentativa de golpe após sua derrota nas eleições de 2022.

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O ex-presidente também está sendo investigado em outro caso envolvendo a suposta venda ilegal de presentes recebidos dos governos da Arábia Saudita e Bahrein e outro focado em registros de vacinação falsificados.

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A Polícia Federal recomendou acusações criminais contra um total de 37 pessoas, incluindo Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas que serviram em seu governo, por planejar um golpe e cometer crimes contra a democracia.

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