S&P eleva rating do Brasil e cita impacto da reforma tributária

Nota de crédito do Brasil está dois degraus abaixo do grau de investimento, que qualifica os países menos arriscados para os investidores

Negocios
19 de Dezembro, 2023 | 04:17 PM

Bloomberg Línea — A agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou nesta terça-feira (19) o rating soberano do Brasil da posição de BB- para BB. A decisão ocorre seis meses depois de a S&P ter indicado uma perspectiva positiva para o país.

A posição ainda está dois degraus abaixo do patamar de grau de investimento, que classifica países com boa situação fiscal e baixo risco de calote.

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Na decisão desta terça, a S&P afirma que país tem feito uma reforma fiscal positiva e tem uma continuidade de política pragmática nos últimos sete anos. A agência também destaca as instituições do país como fortes.

Na última sexta-feira (15), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto da reforma tributária, que busca simplificar o sistema tributário do país. A agência citou que, apesar da transição longa, as novas regras vão aumentar a produtividade.

Para os próximos anos, há risco de baixa na nota de rating em caso de deterioração fiscal, mas também de elevação caso as reformas em vigor ampliem o crescimento do Brasil. A S&P cita que essas reformas necessárias, principalmente fiscais, devem acontecer nos próximos anos de forma lenta.

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Para 2024, o país tem como meta zerar o déficit das contas públicas. Hoje, no entanto, a previsão do mercado financeiro é de que o déficit primário será de 0,80% do PIB. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conta com a aprovação de medidas de aumento de receita para alcançar o alvo.

Outros fatores positivos para a situação brasileira também são, segundo a S&P: a situação favorável das contas externas, a taxa de câmbio flexível e um regime de metas de inflação sob responsabilidade de um banco central autônomo.

Em julho deste ano, depois de a S&P indicar a perspectiva positiva, a agência Fitch mudou o rating de BB- para BB, se adiantando à S&P. A agência Moody’s, por outro lado, manteve neste ano a nota em Baa2, num patamar que já estava dois degraus abaixo do grau de investimento.

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Victor Sena

Editor assistente na Bloomberg Línea. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Especializado em cobertura de economia.