S&P eleva rating do Brasil e cita impacto da reforma tributária

Nota de crédito do Brasil está dois degraus abaixo do grau de investimento, que qualifica os países menos arriscados para os investidores

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Bloomberg Línea — A agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou nesta terça-feira (19) o rating soberano do Brasil da posição de BB- para BB. A decisão ocorre seis meses depois de a S&P ter indicado uma perspectiva positiva para o país.

A posição ainda está dois degraus abaixo do patamar de grau de investimento, que classifica países com boa situação fiscal e baixo risco de calote.

Na decisão desta terça, a S&P afirma que país tem feito uma reforma fiscal positiva e tem uma continuidade de política pragmática nos últimos sete anos. A agência também destaca as instituições do país como fortes.

Na última sexta-feira (15), a Câmara dos Deputados aprovou o projeto da reforma tributária, que busca simplificar o sistema tributário do país. A agência citou que, apesar da transição longa, as novas regras vão aumentar a produtividade.

Para os próximos anos, há risco de baixa na nota de rating em caso de deterioração fiscal, mas também de elevação caso as reformas em vigor ampliem o crescimento do Brasil. A S&P cita que essas reformas necessárias, principalmente fiscais, devem acontecer nos próximos anos de forma lenta.

Para 2024, o país tem como meta zerar o déficit das contas públicas. Hoje, no entanto, a previsão do mercado financeiro é de que o déficit primário será de 0,80% do PIB. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conta com a aprovação de medidas de aumento de receita para alcançar o alvo.

Outros fatores positivos para a situação brasileira também são, segundo a S&P: a situação favorável das contas externas, a taxa de câmbio flexível e um regime de metas de inflação sob responsabilidade de um banco central autônomo.

Em julho deste ano, depois de a S&P indicar a perspectiva positiva, a agência Fitch mudou o rating de BB- para BB, se adiantando à S&P. A agência Moody’s, por outro lado, manteve neste ano a nota em Baa2, num patamar que já estava dois degraus abaixo do grau de investimento.

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