Sob pressão, Lula diz que Petrobras deveria ter venda direta aos consumidores

Com a popularidade no nível mais baixo já registrado, presidente culpa os intermediários por preços dos combustíveis

Popularidade do presidente atingiu o nível mais baixo de todos os tempos neste mês (Foto: Andressa Anholete/Bloomberg)
Por Peter Millard - Mariana Durao
17 de Fevereiro, 2025 | 04:58 PM

Bloomberg — A Petrobras deve se livrar dos intermediários e vender diretamente aos consumidores a fim de reduzir os preços dos combustíveis, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira (17).

A popularidade do presidente atingiu o nível mais baixo de todos os tempos neste mês, à medida que seu governo se envolveu em crises e os brasileiros ficaram frustrados com o aumento dos preços.

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A estatal está constantemente sob pressão do governo para proteger os consumidores da volatilidade dos mercados de petróleo, enquanto os investidores privados temem que a empresa sacrifique os lucros para subsidiar combustíveis, como já fez no passado.

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No mês passado, a Petrobras (PETR3; PETR4) aumentou os preços do diesel pela primeira vez desde outubro de 2023 para reduzir a defasagem em relação aos mercados internacionais.

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O líder de esquerda de 79 anos culpou os postos de gasolina e os impostos estaduais por cobrarem preços muito mais altos em comparação com os da Petrobras na porta da refinaria.

“No final, o povo é roubado pelo intermediário e a fama vai para o governo”, disse Lula em uma cerimônia para anunciar os planos da Petrobras de aumentar sua frota de navios, buscando reativas a indústria de construção naval do Brasil.

A Petrobras iniciou a venda direta de diesel para grandes consumidores em 2024, criando centros de vendas nos estados de Minas Gerais e São Paulo, no sudeste do país.

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A empresa abastecerá a frota de caminhões, trens e navios da produtora de minério de ferro Vale (VALE3) com diesel R5, com 5% de conteúdo renovável.

A empresa sediada no Rio de Janeiro anunciou nesta segunda-feira (17) que encomendou oito novas embarcações de GLP e considera reformar antigas plataformas de petróleo que, de outra forma, seriam desmontadas.

A Petrobras gastará R$ 23 bilhões no total para adicionar 44 novas embarcações à sua frota, como parte de um esforço mais amplo para expandir a atividade industrial no país.

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