Bloomberg Línea — O salário mínimo vai passar por mudanças no dia 1º de janeiro, ao sair dos atuais R$ 1.320 para R$ 1.412. O valor, R$ 92 mais alto do que o anterior, começa a ser pago para os brasileiros a partir de fevereiro.
O reajuste do salário mínimo é calculado pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) no acumulado de 12 meses até novembro e o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) do ano anterior.
No caso do novo valor do salário mínimo de 2024, foi levado em conta o INPC acumulado de 3,85% até novembro de 2023 e o crescimento de 3% do PIB de 2022, que elevaria o salário mínimo a R$ 1.411,95, valor arredondado para R$ 1.412.
Segundo a Warren Investimentos, o efeito fiscal sobre as despesas indexadas ao novo salário mínimo será de R$ 35 bilhões anualizados.
No Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024, o governo incluiu um aumento do salário mínimo atual para R$ 1.421. O texto do Orçamento da União aprovado pelo Congresso na sexta-feira (22), no entanto, manteve o pagamento em R$ 1.412.
Mesmo assim, segundo a XP Investimentos, as despesas do país parecem estar subestimadas mesmo com o salário mínimo menor do que o previsto pela PLOA de 2024.
“De acordo com nossa análise, a subestimação com benefícios previdenciários e BPC/LOAS varia entre R$ 24,3 e R$ 28,2 bilhões, dependendo da hipótese do salário mínimo. Isso se deve ao crescimento dos beneficiários, em particular do BPC/LOAS, que esperamos que aumente em cerca de 7,5%, contra uma projeção do governo de cerca de 3,3%. Isso exigirá que o governo bloqueie as despesas discricionárias no mesmo montante ao longo do ano, o que pode afetar os investimentos programados”, afirma o relatório da companhia.
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