Nunes vence Boulos e é reeleito prefeito de SP com 59% dos votos; abstenção é recorde

Prefeito da maior cidade do país desde maio de 2021, o candidato do MDB obteve 3,4 milhões de votos, versus pouco mais de 2,3 milhões do candidato do PSOL; abstenção chegou a 31,5%

Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes
27 de Outubro, 2024 | 06:48 PM

Bloomberg Línes — Ricardo Nunes, do MDB, foi reeleito prefeito de São Paulo neste domingo (27), com cerca de 60% dos votos válidos na disputa do segundo turno contra Guilherme Boulos, do PSOL. Ele foi declarado vencedor no momento em que cerca de 90% das seções haviam sido totalizadas, perto das 18h45.

Com a apuração finalizada, Nunes obteve 3,393 milhões de votos (59,35% do total de válidos), com mais de 1 milhão de vantagem sobre Boulos, que ficou com 2,324 milhões de votos (40,65%).

Votos nulos e brancos somaram cerca de 665 mil votos, o equivalente a 10,42% do total de votos.

A taxa de abstenção chegou a 31,50% do total de eleitores, ou 2,727 milhões de pessoas, um recorde para um segundo turno na maior cidade do país, superior até aos 30,81% de 2020, ano de pandemia.

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O contingente que não quis votar em nenhum candidato - os eleitores que não foram às urnas, mais aqueles que optaram por anular ou votar em branco - chegou a 3,392 milhões de pessoas.

O atual mandatário da maior cidade do país, que governa desde maio de 2021, com a morte do então prefeito eleito Bruno Covas, do PSDB, terá direito a mais quatro anos, de 2025 a 2028.

Nunes liderou com ampla vantagem as pesquisas de intenção de voto nas três semanas entre o primeiro e o segundo turnos, depois de liderar com margem apertada na rodada inicial em 6 de outubro.

Na ocasião, enfrentou o risco de ficar de fora do turno final dada a proximidade com Boulos e o ousider Pablo Marçal, do PRTB: acabou líder, mas com vantagem de apenas 25.000 votos sobre o candidato do PSOL e de 82.000 mil sobre Marçal, em um colégio com 9,3 milhões de eleitores.

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Empresário, Nunes foi duas vezes eleito vereador de São Paulo, em 2012 e 2016, antes de entrar como vice na chapa que elegeu Covas em 2020.

Na disputa para as eleições deste ano, Nunes, 56 anos, contou com o apoio do governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, além do ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Na campanha pela reeleição, Nunes enfrentou novo capítulo da crise de energia protagonizada pela Enel, empresa italiana concessionária que não impediu de milhões de moradores da capital paulista ficassem dias sem luz pela segunda vez em menos de um ano - segundo especialistas, parte da responsabilidade foi do prefeito por não ter avançado na poda de árvores em locais mais vulneráveis.

Boulos, por sua vez, contou com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi a sua segunda derrota em segundo turno para a prefeitura de São Paulo, depois da disputa com Covas em 2020.

Em 2022, foi eleito deputado federal pelo estado de São Paulo com a maior votação.

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