Prévia do PIB, IBC-Br sobe 1,4% em junho e amplia debate sobre pressão aos preços

Economistas consultados pela Bloomberg previam expansão de 0,50% na comparação mensal; em 12 meses, indicador avançou 1,6%

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Bloomberg Línea — O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) avançou 1,40% em junho na comparação mensal, após ter subido 0,25% em maio, segundo informou o Banco Central nesta sexta-feira (16). O resultado veio bem acima do esperado por economistas do mercado financeiro.

Quando comparado a junho de 2023, a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) teve alta de 3,2%. Em 12 meses, o IBC-Br avançou 1,6%, enquanto no ano na expansão é de 2,1%.

Economistas consultados pela Bloomberg previam expansão de 0,50% na comparação com maio e de 2,50% na base anual.

Visão do Banco Central

Os novos dados chegam em um momento em que o Banco Central avalia se novas pressões sobre os preços podem eventualmente exigir a retomada do ciclo de aumento dos juros.

Gabril Galípolo, diretor de Política Monetária, afirmou na última semana que o balanço de riscos para a inflação está “assimétrico”. Isso significa que ele vê chances maiores de que a inflação volte a subir à frente.

A mudança de visão sobre os riscos para os preços estava no centro das atenções dos investidores no Copom há duas semanas. Apesar de o BC manter a leitura de que há fatores “em ambas as direções”, a ata da decisão explicitou que “vários membros” viam uma assimetria para cima.

Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e visto como forte candidato à sucessão de Roberto Campos Neto à frente do BC a partir de 2025, também afirmou que o intervalo de tolerância da meta de inflação — de mais ou menos 1,5 ponto percentual — não tem o objetivo de reduzir o esforço da autoridade monetária para atingir a meta de 3% e que o cenário atual é de maior vigilância.

Lula vem criticando a autoridade monetária pela decisão de manter a taxa de juros em patamar mais elevado, o que levanta receios no mercado de que o BC adotará uma abordagem mais branda no combate à inflação a partir do próximo ano, quando a diretoria será formada majoritariamente por integrantes indicados pelo governo.

As últimas comunicações “bem mais hawkish” — a fala do Galípolo e a ata do Copom —, por outro lado, ajudam “a manter a taxa de câmbio mais baixa e trazem um certo alívio futuro”, na avaliação de Laiz Carvalho, economista sênior do BNP Paribas.

- Com informações da Bloomberg News.