Para Bill Gates, volatilidade política compromete proteção da Amazônia

Cofundador da Microsoft e filantropo disse no Bloomberg New Economy at B20 que as mudanças políticas dificultam a obtenção do investimento necessário para evitar o desmatamento

Por

Bloomberg — Os esforços do Brasil para reduzir o desmatamento são encorajadores, mas a volatilidade política dificulta a obtenção do investimento necessário para proteger a Amazônia, afirma o bilionário e filantropo Bill Gates.

O cofundador da Microsoft disse que é importante encontrar maneiras menos dispendiosas de gerar energia verde para obter ampla adoção em países em desenvolvimento como Brasil e Índia. Se os métodos mais sustentáveis vierem com preços mais altos, eles não serão adotados, disse ele.

Os sistemas de satélite agora fazem um ótimo trabalho em medir a destruição das florestas, disse Gates, durante o Bloomberg New Economy at B20, nesta quarta-feira (23), em São Paulo.

Mas colocar as políticas em prática para proteger a maior floresta tropical do mundo ainda é “um tanto desafiador”, disse ele, “particularmente quando você coloca diferentes partidos no poder”.

Leia mais: Vale escolhe veterano da mineração para liderar área de metais básicos, dizem fontes

O Brasil melhorou seus esforços para mitigar o desmatamento na visão de Gates, que disse ter tido conversas com alguns dos líderes do país antes da cúpula do clima das Nações Unidas, a COP30, que será sediada no Brasil, no ano que vem.

A conferência será realizada em Belém, como parte do plano de presidente Luiz Inácio Lula da Silva de trazer o encontro para a floresta amazônica.

Gates, que também é um investidor em startups que desenvolvem tecnologia para lidar com as mudanças climáticas, disse que uma empresas mais inovadoras com investimentos dele busca construir uma siderúrgica com parceiros no Brasil. A Boston Metal é apoiada pelo fundo de capital de risco de Gates e pela Vale (VALE3), que está focada em produzir aço de forma mais sustentável.

“Eles trabalham com parceiros no Brasil para construir uma planta que parece ser capaz de produzir aço muito competitivo, mas de uma forma muito, muito limpa”, disse Gates.

Gates também reconheceu a importância da energia nuclear, ao dizer que ela será uma parte substancial da geração de energia que complementa as fontes renováveis no futuro.

Em vários países, incluindo nos EUA, tanto a opinião pública quanto o investimento em fissão nuclear “são bastante positivos”.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Brasil manterá tarifas sobre a importação de etanol, diz ministro de Agricultura