Para 57% dos brasileiros, política econômica de Lula é culpada pela inflação

Três quartos da população dizem que seus salários não acompanham o ritmo do aumento de preços, de acordo com a LatAm Pulse, pesquisa conduzida pela AtlasIntel para a Bloomberg News

Três quartos da população dizem que seus salários não acompanham o ritmo do aumento de preços, de acordo com a LatAm Pulse (Foto: Kazuhiro Nogi/AFP via Getty Images)
Por Andrew Rosati
01 de Abril, 2025 | 10:55 AM

Bloomberg — Muitos brasileiros estão colocando a culpa diretamente no presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu governo pela dor econômica causada pela disparada dos preços dos alimentos.

Três quartos da população agora diz que seus salários não acompanham o ritmo da inflação, de acordo com a LatAm Pulse, pesquisa conduzida pela AtlasIntel para a Bloomberg News, publicada nesta terça-feira (1º). Quase 57% dos entrevistados dizem que o aumento dos preços se deve ao fracasso da política econômica de Lula.

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Fonte: LatAm Pulse

Embora as preocupações com a inflação sejam comuns na maior parte da América Latina, elas constituem um desafio particular para o presidente, que chegou ao poder há mais de dois anos prometendo melhorar as condições de vida da população mais pobre. O aumento nos custos dos alimentos e outros itens básicos enfureceu seus apoiadores e o governo tem enfrentado dificuldades para conter os danos.

No mês passado, os preços ao consumidor tiveram seu maior salto mensal em três anos, com o café e ovos subindo mais de 10%. O impacto é sentido em todo o país e em todas as classes sociais: quase 87% dos brasileiros estão agora muito preocupados com a inflação, revelou a pesquisa.

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Alta dos preços dos alimentos acontece em paralelo com queda da popularidade de Lula

Esses temores provocaram uma queda na popularidade de Lula aos longo dos últimos meses, com cerca de 54% dos brasileiros agora desaprovando o presidente — 10 pontos percentuais a mais do que em abril de 2024, de acordo com a pesquisa.

O governo tentou suavizar o golpe econômico eliminando impostos sobre alimentos importados e concedendo isenções fiscais aos mais pobres.

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A AtlasIntel entrevistou 4.659 pessoas em todo o Brasil, entre 20 e 24 de março. A pesquisa teve uma margem de erro de mais ou menos 1 ponto percentual.

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