Bloomberg — O anúncio de corte de gastos feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, traz alívio para as apostas de alta da Selic embutida nos preços de mercado.
Essa precificação chegou a mais de 1 ponto percentual de elevação para até o final do ano na segunda-feira (1), no momento de maior estresse do mercado, com o dólar em forte alta.
No dia seguinte, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que as apostas de aumento dos juros não estava em sincronia com a realidade.
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Agora, a aposta recua para 0,75 pp na manhã desta quinta-feira (4), como reflexo do aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao corte de gastos de R$ 25,9 bilhões, que foi bem recebido pelos investidores. O dólar cai mais de 1%, para abaixo de R$ 5,50, em continuidade ao movimento de melhora iniciado ontem.
“Enquanto o otimismo pode ser até certo ponto contido em relação à implementação e efetividade, ao menos as conversas agora estão em um caminho muito mais construtivo”, diz Emy Shayo, chefe de estratégia para ações para América Latina do JPMorgan (JPM).
As críticas recentes de Lula a Campos Neto e os temores fiscais foram os motivos que levaram os investidores a precificarem alta da Selic neste ano – apesar de a autoridade monetária já ter afirmado que uma elevação da taxa, atualmente em 10,50%, não é cenário-base.
Para Marcelo Matsmoto, diretor de tesouraria do Banco Mizuho, a precificação da Selic vinha sendo afetada pelo câmbio e uma queda significativa do dólar tende a reduzir as apostas em alta, mas os ativos brasileiros não devem ter um rali prolongado.
“Existe a necessidade de medidas mais estruturais para que a incerteza seja removida de forma mais sustentável.”
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