Este banco suíco prevê a Selic a 9,25% ao ano e dólar a R$ 4,50

Banco suíço tem aposta que se beneficia do recuo das taxas de juros brasileiras e vê país como a melhor oportunidade para investimento neste mercado. Em seguida, está o México

placa em frente ao Banque Lombard Odier & Cie SA em Genebra, Suíça
Por Felipe Saturnino
29 de Novembro, 2023 | 12:56 PM

Bloomberg — O Lombard Odier enxerga as taxas de juros do Brasil entre as mais atrativas na América Latina, com a projeção de mais três pontos percentuais de corte da Selic até o fim de 2024, e espera que o dólar cairá a R$ 4,50 no próximo ano. Hoje, a Selic está em 12,25%.

“Os juros reais positivos do Brasil estão entre os mais altos dos mercados emergentes”, disse Christian Abuide, responsável por asset allocation da instituição, em entrevista. Houve uma “dissipação de parte da negatividade com os riscos na frente fiscal”, acrescenta Abuide.

O Lombard Odier possui uma aposta que se beneficia do recuo das taxas de juros brasileiras. O mercado futuro de DI atualmente precifica que a taxa básica recuará para ao redor de 9,75% ao término de 2024 e que o BC irá cortar a Selic em 0,50pp pelo menos nas próximas três reuniões do Copom. Casas como BTG Pactual, Kapitalo e UBS Wealth Management também projetam uma Selic terminal abaixo de 10%.

Abuide ainda vê uma boa oportunidade em se posicionar para a queda dos juros em países emergentes em que ciclos de cortes de taxas tiveram início. “Preferimos o Brasil, e, depois, vem o México. O Chile ainda faz sentido, mas é onde está mais avançado em termos de precificação”, disse.

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Aposta no real

Segundo ele, também há espaço para o real “negociar bem”. Com o possível fim do ciclo de aperto do Federal Reserve, as chamadas operações de carry trade — que ganham com o diferencial entre taxas no mercado de câmbio — podem se sustentar, afirmou Abuide. A Lombard Odier aposta numa apreciação do real ante o yuan chinês.

O espaço para ganho do real é menor agora, disse Abuide. “Nossa estratégia de câmbio prevê o dólar a R$ 4,50 em 12 meses”, afirmou. “É justo dizer que, nos níveis atuais, após o recente rali, a relação risco-retorno tornou-se um pouco mais equilibrada.”

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