Bloomberg Línea — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,42% em janeiro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em dezembro, a alta havia sido de 0,56%.
Economistas consultados pela Bloomberg esperavam uma desaceleração para 0,34%.
Segundo o IBGE, a alta no primeiro mês do ano foi influenciada especialmente pelo aumento de 1,38% do grupo alimentação e bebidas, que tem o maior peso no indicador, de 21,12%. Essa é a maior alta de alimentação e bebidas para um mês de janeiro desde 2016.
“O resultado de janeiro tem, assim como em dezembro, o grupo alimentação e bebidas como principal impacto. O aumento nos preços dos alimentos é relacionado principalmente à temperatura alta e às chuvas mais intensas em diversas regiões produtoras do país”, disse o gerente da pesquisa, André Almeida, em comunicado no site do instituto.
O IBGE aponta que a alimentação no domicílio ficou 1,81% mais cara, influenciada sobretudo pelo avanço nos preços da cenoura (43,85%), da batata-inglesa (29,45%), do feijão-carioca (9,70%), do arroz (6,39%) e das frutas (5,07%).
Fora do domicílio, a alimentação desacelerou 0,25%, com as altas menos intensas do lanche (0,32%) e da refeição (0,17%).
O grupo de transportes, o segundo de maior peso no IPCA (20,93%), registrou deflação de 0,65%.
“O maior impacto individual veio das passagens aéreas, que tinham subido em setembro, outubro, novembro e dezembro do ano passado e caíram 15,22% em janeiro”, afirmou Almeida. Nos quatro últimos meses de 2023, houve uma alta acumulada de 82,03% nesse subitem.
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