IPCA sobe 0,16% em janeiro, menor taxa para o mês desde o início do Plano Real

No acumulado dos últimos 12 meses, o índice recuou para 4,56%, o que ficou ligeiramente abaixo da mediana de analistas da Bloomberg, que projetavam 4,58%

Os preços de energia elétrica residencial recuaram 14,21% e pressionaram para baixo o IPCA de janeiro, segundo o IBGE.
Por Andrew Rosati
11 de Fevereiro, 2025 | 10:01 AM

Bloomberg — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,16% em janeiro. Esta foi a menor taxa registrada desde o início do Plano Real no país, em 1994.

O índice ficou 0,36 ponto percentual abaixo da taxa de dezembro (0,52%). Com isso, o acumulado em 12 meses recuou para 4,56%. O resultado ficou um pouco abaixo da mediana das estimativas de 4,58% em uma pesquisa da Bloomberg com economistas.

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Os preços de energia elétrica residencial recuaram 14,21% e pressionaram para baixo o IPCA de janeiro, segundo o IBGE.

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A inflação brasileira diminuiu no início do ano, uma vez que os créditos únicos de energia proporcionaram aos consumidores um alívio temporário das pressões de preços latentes.

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Fernando Gonçalves, gerente do IPCA, explicou, em nota divulgada à imprensa, que “essa queda foi decorrência da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas em janeiro”.

O banco central está planejando elevar a Selic de referência para 14,25% no próximo mês, marcando seu terceiro aumento consecutivo de um ponto inteiro, para reduzir os preços.

Até o momento, o banco central tem tido dificuldades para conseguir um progresso duradouro na luta contra a inflação devido às oscilações da moeda brasileira e à forte demanda das famílias.

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  (Fonte: Dados compilados pela Bloomberg)

Gabriel Galipolo, o novo diretor do banco, começou seu mandato com o pé atrás, com a inflação anual bem acima da meta de 3% e com os investidores preocupados com o compromisso do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em sanear as contas públicas.

O mau tempo também prejudicou as colheitas e aumentou os preços da energia.

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Os diretores do BC estão mantendo a porta aberta para um aperto monetário adicional, já que a maior economia da América Latina tem se mostrado resistente aos elevados custos de empréstimos.

É provável que o caminho para controlar os aumentos de preços seja acidentado com Donald Trump ampliando a guerra comercial. Na segunda-feira, o presidente dos EUA anunciou tarifas sobre o alumínio e o aço, atingindo uma das principais exportações do Brasil.

--Com a ajuda de Giovanna Serafim e Robert Jameson.

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