Bloomberg Línea — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,56% em dezembro, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em novembro, a alta havia sido de 0,28%.
Economistas consultados pela Bloomberg projetavam alta de 0,50% ante novembro.
Com o resultado de dezembro, o IPCA fechou 2023 com alta acumulada de 4,62%, dentro do intervalo da meta da inflação determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que era de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (de 1,75% a 4,75%).
Segundo o IBGE, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram alta. A maior variação veio do grupo de alimentação e bebidas (1,11%), que acelerou em relação a novembro (0,63%) e exerceu o maior impacto sobre o resultado geral (0,23 ponto percentual).
“O aumento da temperatura e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país influenciaram a produção dos alimentos, principalmente dos in natura, como os tubérculos, hortaliças e frutas, que são mais sensíveis a essas variações climáticas”, explica André Almeida, gerente do IBGE responsável pelo IPCA, em nota.
No grupo dos transportes, o segundo que mais contribuiu para o índice geral, as passagens aéreas continuaram subindo. Dezembro foi o quarto mês seguido de aumento desse subitem, que representou o maior impacto individual sobre a inflação do país (0,08 p.p.), de acordo com o IBGE.
Por outro lado, todos os combustíveis pesquisados (-0,50%) tiveram deflação: óleo diesel (-1,96%), etanol (-1,24%), gasolina (-0,34%) e gás veicular (-0,21%).
“Pelo fato de a gasolina ser o subitem de maior peso entre os 377 pesquisados pelo IPCA, com essa queda, ela segurou o resultado no índice do mês”, escreve Almeida. Em dezembro, os preços da commodity caíram pelo terceiro mês consecutivo.
Juros
O dado de inflação é acompanhado de perto por investidores, que monitoram os passos do Banco Central no ciclo de flexibilização monetária.
Em 2023, o BC cortou 2 pontos percentuais da Selic, levando a taxa para 11,75% ao ano.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontece nos dias 30 e 31 de janeiro e a expectativa, segundo o relatório Focus mais recente, é de novo corte de 0,50 pp, para 11,25% ao ano.
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