Bloomberg Línea — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,28% em novembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em outubro, a alta havia sido de 0,24%.
Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada ficou em 4,68% até novembro, enquanto no ano o IPCA tem alta acumulada de 4,04%. Economistas consultados pela Bloomberg projetavam alta de 0,29% ante outubro e de 4,70% na comparação anual.
A meta do Banco Central para 2023 é de um IPCA de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima (de 1,75% a 4,75%).
Segundo o IBGE, seis dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês, com destaque para alimentação e bebidas, que registrou a maior variação (0,63%) e o maior impacto (0,13 p.p.).
“As temperaturas mais altas e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país são fatores que influenciam a colheita de alimentos, principalmente os mais sensíveis ao clima, como é o caso dos tubérculos, dos legumes e das hortaliças” explica o gerente da pesquisa, André Almeida, em nota.
As altas da cebola (26,59%), da batata-inglesa (8,83%), do arroz (3,63%) e das carnes (1,37%) pressionaram a variação de 0,75% do subgrupo alimentação no domicílio.
Outro destaque da inflação de novembro foi o grupo Habitação, que registrou alta de 0,48%. “Influenciada por diversos reajustes que foram aplicados por concessionárias de serviços públicos”, diz Almeida.
Já a energia elétrica residencial fechou o mês com preços 1,07% acima dos de outubro, por conta dos reajustes aplicados em quatro áreas: Goiânia, Brasília, São Paulo e Porto Alegre.
O dado de inflação é acompanhado de perto por investidores, que monitoram os passos do Banco Central no ciclo de flexibilização monetária.
Copom à vista
Os dados de novembro do IPCA são divulgados um dia antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), na quarta-feira (13).
É esperado um novo corte de 0,50 ponto percentual da Selic, segundo a precificação dos investidores na curva de juros – que também indica ao menos outras duas reduções de mesma magnitude nas reuniões seguintes. O movimento levaria a taxa básica para 11,75% ao ano
“Nós não esperamos que o BC altere seu guidance ou balanço de riscos”, diz Adriana Dupita, da Bloomberg Economics.
O relatório Focus, do BC, mais recente aponta para alta de 4,51% da inflação em 2023 e taxa Selic de 11,75% ao ano. Para 2024, as projeções são de alta de 3,93% do IPCA e Selic de 9,25% em dezembro. A próxima reunião do Copom será nos dias 30 e 31 de janeiro.
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