Bloomberg Línea — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 0,26% em setembro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado, pressionado para cima pelo avanço de 2,80% da gasolina no período, veio abaixo da alta de 0,33% esperada por economistas consultados pela Bloomberg.
No ano, a inflação acumulada é de 3,50% e, nos últimos 12 meses, de 5,19%, ante estimativa de 5,25%. Em setembro de 2022, o indicador tinha tido deflação de 0,29%.
“A gasolina é o sub-item que possui maior peso no IPCA. Com essa alta, acaba contribuindo de maneira importante para o resultado do mês de setembro”, afirma André Almeida, gerente do IPCA, em nota.
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, o de Transportes teve o maior impacto positivo (0,29 p.p) e a maior variação (1,40%), de acordo com o IBGE.
Outro impacto importante entre as altas foi do grupo de Habitação, com crescimento de 0,47% nos preços de setembro em relação a agosto. Com a maior contribuição do grupo, energia elétrica residencial teve alta de 0,99%, após reajustes tarifários aplicados em três áreas de abrangência da pesquisa, segundo Almeida.
Do lado das quedas, o destaque ficou com o grupo de Alimentação e bebidas. “É o grupo de maior peso no IPCA e teve deflação pelo quarto mês consecutivo, mantendo trajetória de queda no preço dos alimentos principalmente para consumo no domicílio”, explica o pesquisador.
O dado de inflação é acompanhado de perto por investidores, que monitoram os passos do Banco Central no ciclo de flexibilização monetária.
O relatório Focus, do BC, mais recente aponta para alta de 4,86% da inflação em 2023 e taxa Selic de 11,75% ao ano em dezembro.
Na sexta-feira (6), a pressão externa provocou volatilidade dos contratos de DI e a curva chegou a elevar a precificação de Selic terminal para perto de 10,75% ao ano.
A próxima reunião de Comitê de Política Monetária (Copom) acontecerá nos dias 31 de outubro e 1º de novembro.
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