Bloomberg Línea — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 0,46% em maio, após ter avançado 0,38% em abril, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio acima do esperado pelo mercado.
No ano, o IPCA passou a acumular alta de 2,27%; e, nos últimos 12 meses, de 3,93%. Até abril, a taxa em 12 meses estava em 3,69%.
O resultado foi pressionado pelos preços dos alimentos e bebidas, que subiram 0,62% na comparação com abril, influenciados, sobretudo, pela alta dos tubérculos, raízes e legumes (6,33%).
Economistas ouvidos pela Bloomberg previam avanço de 0,42% para o indicador na comparação mensal e de 3,88% na anual.
Além da batata-inglesa, outros alimentos com grande presença na mesa dos brasileiros também subiram em maio, com destaque para a cebola (7,94%), o leite longa vida (5,36%) e o café moído (3,42%), segundo o IBGE. “O leite está em período de entressafra e houve queda nas importações. Essa combinação resultou em uma menor oferta. Em relação ao café, os preços das duas espécies têm subido no mercado internacional, o que explica o resultado de maio”, disse o gerente da pesquisa, André Almeida, em comunicado.
O que dizem os economistas...
Para Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, o IPCA de maio veio ruim e indica que o Banco Central (BC) deve subir os juros nas próximas reuniões. “A mensagem desse IPCA é que a inflação de serviços está estabilizando em um nível elevado e que alimentos vão ser outro fator de pressão à frente. Já era nova visão de que o Copom tinha terminado o ciclo e, esse IPCA, dá mais argumentos para isso. No entanto, a parte de serviços está pressionada de um jeito que o BC pode ter de subir os juros em 2025″, disse ele.
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