IPCA-15 sobe 0,40% em dezembro com alta das passagens aéreas, acima do esperado

Economistas consultados pela Bloomberg estimavam alta de 0,27% na comparação mensal e de 4,58% na base anual

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Bloomberg Línea — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, subiu 0,40% em dezembro e fechou 2023 com alta de 4,72%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (28).

O resultado foi influenciado, em grande parte, pelo grupo de Transportes, que teve alta de 0,77% e foi puxado pelas passagens aéreas, que subiram 9,02% no período. Em 2023, esse subitem acumulou alta de 48,11%, segundo o IBGE.

Economistas consultados pela Bloomberg estimavam alta de 0,27% na comparação mensal, após alta de 0,33% em novembro, e de 4,58% na base anual.

Em dezembro de 2022, o IPCA-15 registrou alta de 0,52%, enquanto no acumulado do ano de 2022, a prévia da inflação havia sido de 5,90%.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete registraram alta em dezembro. A maior variação (0,77%) e o maior impacto (0,16 p.p.) vieram de Transportes. Os grupos Alimentação e bebidas (0,54%) e Habitação (0,48%) também registraram alta e contribuíram, respectivamente, com 0,12 p.p. e 0,07 p.p.

Política Monetária

Os dados de inflação, os últimos a serem divulgados em 2023, são acompanhados de perto enquanto investidores buscam pistas sobre os próximos passos do ciclo de flexibilização monetária do Banco Central.

Em entrevista à GloboNews que foi ao ar na madrugada desta quinta (28), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que 2024 tem uma “boa chance” de apresentar um viés mais positivo para o crescimento do que o que se projeta atualmente.

“É difícil falar sem colocar em perspectiva que as análises econômicas têm errado muito ultimamente”, disse.

O líder do BC admitiu que o juro real no Brasil segue elevado ante pares, mas considerou que, ao observar prazos mais longos, é possível ver um declínio da taxa. Ele ressaltou, contudo, que é preciso que essa queda ocorra de forma contínua e consistentemente ao longo do tempo.

Ele também reforçou que o ritmo de quedas de 0,50 ponto porcentual da Selic segue como o mais apropriado no momento.

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