IPCA-15 sobe 0,31% em janeiro e fica abaixo das expectativas de economistas

Indicador, considerado uma prévia da inflação oficial, é acompanhado por investidores para avaliar os próximos passos do Banco Central

Consumidora em supermercado em São Paulo
26 de Janeiro, 2024 | 09:06 AM

Bloomberg Línea — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, subiu 0,31% em janeiro e chegou a 4,47% no acumulado em 12 meses, na primeira divulgação do índice em 2024.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (26).

PUBLICIDADE

Economistas consultados pela Bloomberg estimavam alta de 0,47% na comparação mensal e de 4,63% no acumulado em 12 meses, após alta de 0,40% em dezembro e de 4,72% na base anual.

O resultado indica uma desaceleração da inflação em relação ao mês anterior.

A divulgação ocorre após o IPCA de dezembro indicar um ritmo de crescimento maior dos preços no país. O índice subiu 0,56% no mês (depois de uma alta de 0,28% em novembro).

PUBLICIDADE

O IPCA considera o mês completo em sua base de cálculo, enquanto o IPCA-15 mede a variação dos preços entre o dia 15 do mês anterior e o dia 15 do mês seguinte.

O aumento do IPCA-15 em janeiro foi puxado principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas, que teve alta de 1,53% e contribuiu com 0,32 ponto porcentual da variação no mês, segundo o IBGE. O destaque foi o avanço do preço da batata-inglesa, que subiu 25,95%.

Já o grupo de transportes, com grande peso no índice, registrou queda de 1,13% em janeiro. A redução dos preços de passagens aéreas (-15,24%), do etanol (-2,23%), do diesel (-1,72%) e da gasolina (-0,43%) contribuiu para o resultado mais ameno do que o esperado do índice geral. Entre os combustíveis, apenas o gás veicular ou GNV registrou alta (2,34%).

PUBLICIDADE

A queda dos preços do setor de transportes contribuiu para a redução de 0,24 ponto porcentual do índice geral.

Política Monetária

Os dados de inflação são acompanhados de perto enquanto investidores buscam pistas sobre os próximos passos do ciclo de flexibilização monetária do Banco Central.

Os diretores do Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, se reúnem na próxima semana, nos dias 30 e 31, e devem definir o próximo patamar da Selic.

PUBLICIDADE

A expectativa de investidores é de o Copom deva seguir o ritmo de corte de 0,5 ponto percentual das últimas reuniões, o que pode levar a taxa de juros a 11,25% ao ano. Atualmente ela está em 11,75%.

A reunião do Copom será a primeira de 2024. Economistas do mercado financeiro estimam que a Selic deva encerrar o ano em 9% ao ano, de acordo com o mais recente Boletim Focus, do BC. Já expectativa para o IPCA para 2024 é de 3,86%, dentro do intervalo da meta da autoridade monetária.

-- Atualizado para incluir mais informações do resultado de janeiro

Leia também:

Recessão? PIB dos EUA cresce 3,3% no quarto trimestre e supera de novo projeções

Funcionários insatisfeitos custam US$ 8,8 tri em perda de produtividade no mundo