IPCA-15 sobe 0,11% em janeiro, acima do esperado, com peso de alimentação

No acumulado dos últimos 12 meses, a prévia da inflação ao consumidor ficou em 4,5%; analistas consultados pela Bloomberg News projetavam 4,36%

Segundo o IBGE, o grupo alimentação e bebidas teve o maior impacto no índice do mês, com alta de 1,06%, seguido do grupo Transportes (1,01%). (Foto: Victor Moriyama/Bloomberg
Por Andrew Rosati
24 de Janeiro, 2025 | 10:30 AM

Bloomberg — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou no início de janeiro, segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O avanço foi de 0,11%. Considerado uma prévia da inflação anual do Brasil, a variação do IPCA-15 foi de 4,5% em 12 meses. A estimativa de economistas consultados pela Bloomberg News era de 4,36%.

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  (Fonte: IBGE via Bloomberg)

Segundo o IBGE, o grupo alimentação e bebidas teve o maior impacto no índice do mês, com alta de 1,06%, seguido do grupo Transportes (1,01% e 0,21 p.p.).

Enquanto isso, o grupo Habitação (-3,43% e -0,52 p.p) registrou deflação, o contribuiu para conter o índice de janeiro.

Perspectivas

O Banco Central deverá realizar novo aumento consecutivo da taxa de juros na próxima semana - o que elevaria a Selic para 13,25% ao ano, segundo projeções - à medida que tentam manter a inflação sob controle.

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Economistas se preparam para pressões ainda maiores sobre os preços, já que a moeda brasileira segue desvalorização diante de preocupações com gastos públicos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Esses fatores têm aumentado a lista de desafios enfrentados por Gabriel Galipolo, o novo chefe do banco central, no início de seu mandato.

O crescimento dos preços ao consumidor estava bem acima da meta de 3% no final de 2024 - e os analistas consultados pelo banco central veem o final de 2025 ainda mais alto do que a impressão final do ano passado.

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O mau tempo aumentou os preços no ano passado. Mas a perspectiva de inflação para a maior economia da América Latina está sendo obscurecida por um crescente buraco orçamentário, que os investidores dizem que Lula precisa urgentemente fechar.

Sua administração provocou uma reação negativa do mercado no final do ano passado, depois que o governo diluiu uma série de cortes de gastos ao incluir isenções fiscais para pessoas de baixa renda. A venda resultante fez com que o real atingisse o nível mais baixo de todos os tempos em relação ao dólar, elevando o preço das importações.

A equipe econômica de Lula considera um segundo pacote de medidas para acalmar a ansiedade dos investidores, mas os mercados globais estão sendo abalados pelos planos do Presidente Donald Trump de impor tarifas aos principais parceiros comerciais dos EUA.

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-- Com a colaboração de Giovanna Serafim e Robert Jameson.

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