IPCA-15 desacelera para 0,36% em março, mas supera projeções; juro futuro sobe

Economistas de mercado esperavam 0,30%, segundo mediana da Bloomberg; em fevereiro, a prévia do IPCA havia registrado variação de 0,78%

Posto de gasolina
26 de Março, 2024 | 09:35 AM

Bloomberg Línea — O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, desacelerou para 0,36% em março, de 0,78% em fevereiro, influenciado pelo setor de alimentação. No entanto ficou acima da mediana das projeções do mercado financeiro. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (26).

Nos últimos 12 meses, o índice acumula alta de 4,14%, abaixo dos 4,49% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2023, o IPCA-15 havia sido de 0,69%.

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Economistas do mercado estimavam alta de 0,30% na comparação mensal e de 4,09% no acumulado em 12 meses, segundo a mediana de projeções compiladas pela Bloomberg.

Nos minutos iniciais depois da divulgação do IPCA-15, e em reação também ao teor da ata do Copom divulgada às 8h, considerado mais hawkish (rigoroso) por parte do mercado, os juros futuros passaram a subir, o que reflete uma expectativa de taxas mais altas mais à frente.

O IPCA considera o mês completo em sua base de cálculo, enquanto o IPCA-15 mede a variação dos preços entre o dia 15 do mês anterior e o dia 15 do mês seguinte.

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O avanço do IPCA-15 em março foi puxado principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas, que teve alta de 0,91% e impacto de 0,19 ponto percentual no índice geral.

Segundo o IBGE, no grupo alimentação e bebidas (0,91%), a alimentação no domicílio subiu 1,04% em março. Contribuíram para esse resultado as altas dos preços da cebola (16,64%), do ovo de galinha (6,24%), das frutas (5,81%) e do leite longa vida (3,66%).

Outros itens apresentaram queda, como a batata-inglesa (-9,87%), a cenoura (-6,10%) e o óleo de soja (-3,19%). A alimentação fora do domicílio (0,59%) acelerou em relação ao mês de fevereiro (0,48%), em virtude da alta mais intensa da refeição (0,35% em fevereiro para 0,76% em março). O lanche (0,19%) registrou variação inferior à registrada no mês anterior (0,79%).

A segunda maior contribuição (de 0,09 ponto percentual) para a alta do IPCA-15 foi da categoria Transportes, com alta de 0,43% no período pesquisado. Segundo o IBGE, os preços de combustíveis avançaram 2,41%, com alta no etanol (4,27%) e na gasolina (2,39%) e queda no óleo diesel (-0,15%).